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Israel deseja manter controle das fronteiras de Gaza após retirada
Da AFP
26/08/2005 | 10:48
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Israel deseja manter o controle das fronteiras da Faixa de Gaza depois de desmanchar as 21 colônias da zona para evitar que se converta em um "arsenal para terroristas", uma notícia que provocou a profunda oposição das autoridades palestinas.

"Queremos que a Faixa de Gaza se abra para o exterior, mas não aceitaremos, por isso, que se converta em um arsenal para terroristas", asseguraram os responsáveis de uma comissão ministerial israelense.

Segundo estas fontes, o problema não está na passagem de pessoas e sim no de mercadorias, através do qual poderá ocorrer um tráfico de armas, principalmente se Israel deixar de controlar esta fronteira.

As autoridades palestinas condenaram esta idéia e enfatizaram que Israel só porá fim aos 38 anos de ocupação da Faixa de Gaza se ceder totalmente aos palestinos a soberania desta região paupérrima povoada por 1,4 milhão de pessoas.

"Nós nos opomos totalmente. É inadmissível que Israel conserve o controle da fronteira de Rafah", declarou o negociador palestino Saeb Erakat.

Segundo ele, as autoridades palestinas já se colocaram em contato com o governo americano e com os responsáveis pelo Quarteto pela Paz (EUA, Rússia, União Européia e ONU) para que obrigue Israel a abandonar o lugar e que se coloque na zona uma presença neutra além de palestinos e egípcios.

Fontes palestinas, no entanto, confirmaram que a questão ainda não está resolvida e enfatizaram a validade de um recente acordo com o Cairo para que 750 guardas egípcios controle esta fronteira de 14 km, apesar de não descartar que Israel continue vigiando, por sua parte, o trânsito de mercadorias.

Na realidade, o Estado hebreu deseja que a atual passagem de Rafah seja trasladada para mais ao sul, perto do povoado israelense de Kerem Shalo, na fronteira com o Egito, na Faixa de Gaza e Israel.

Desta forma, Israel adquiriria o direito de controlar as mercadorias que entram e saem da zona e, inclusive, poderia impor tarifas.

Até o momento, Israel não exige qualquer direito de alfândega aos produtos palestinos e devolve a suas autoridades as taxas aplicadas às mercadorias que transitam pelo território israelense.



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