“Esta unidade é uma conquista da população de Diadema. Você que mora em outro município, lute e conquiste também unidades como essa para atendê-lo. Só será atendido outro município nesta unidade em caso de emergência”, diz uma delas. A inscrição é assinada pela Prefeitura Municipal de Diadema e fica logo na entrada.
No interior do PS Central, outra inscrição em frente aos guichês de recepção. “Esta unidade destina-se ao atendimento da população residente em Diadema. As demais pessoas serão encaminhadas para unidades próximas à residência”. Dessa vez, a inscrição é assinada pela Secretaria da Saúde de Diadema. Duas filas são formadas no local. Uma destinada a “munícipes adultos de Diadema” e outra a “munícipes crianças de Diadema”.
O jurista Tito Costa disse que não existe lei que proíba as administrações municipais a agirem da forma como Diadema age, mas ressaltou que, no mínimo, a atitude pode ser enquadrada como omissão de socorro. “É claro que cada município enfrenta seus problemas com saúde pública, tem seus gastos, demandas e interesses da população local. No entanto, todas as pessoas são iguais perante a lei e não pode haver distinção. O atendimento emergencial também é relativo, pois existem muitos casos de pessoas que sentem dores internas e visualmente isso não transparece”, explicou.
O secretário municipal da Saúde, Rodolpho Repullo, foi procurado domingo o dia todo pela reportagem do Diário, mas não foi localizado para comentar o assunto. No PS, os funcionários de plantão disseram que não havia ninguém do administrativo para falar sobre o assunto.
Polêmica – A estudante Kelly Santos, 23, é moradora de São Bernardo e já enfrentou problemas no atendimento. “Uma vez torci o pé aqui perto do PS, não me atenderam e disseram para eu procurar um PS em São Bernardo. Hoje (domingo), dei o endereço de uma tia em Diadema e não tive problemas”, disse Kelly. O tempo que esperava por atendimento no PS, viu um motoqueiro machucado ter de procurar socorro em outro local. “Ele chegou com o braço todo machucado e inchado. Quando souberam que morava um pouco depois da divisa, em São Paulo, disseram para procurar um PS na capital. O rapaz foi embora revoltado.”
Moradores de Diadema também não concordam com a situação. “Prioridade de emergência sim, mas não omissão de socorro porque isso aqui é um pronto-atendimento. Se uma pessoa que mora longe se machuca aqui, mesmo que de leve, também tem o direito de se tratar porque isso é um serviço público”, disse a dona de casa Maria Fernanda Silva.
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