Mesmo com o indeferimento do registro de candidatura a deputado estadual pelo DEM, definida pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Raimundo Salles tem garantida sua principal dobrada em Santo André. A afirmação é do próprio parceiro na chapa, o candidato à Câmara Federal e ex-prefeito de São Bernardo, William Dib (PSDB). "É ele (Salles) quem deve decidir, mas não haverá problema para mim."

O tucano pontuou que o fato de o nome do democrata estar atrelado à Lei Ficha Limpa (135/10) não atrapalhará a campanha. "Não se trata de prevaricação, mau versação do dinheiro público. Continuarei com empenho trabalhando na campanha com ele."

Raimundo Salles foi o primeio político do Grande ABC a cair na malha fina da Lei Ficha Limpa. O democrata foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2009 de modo definitivo. A acusação foi o uso indevido dos meios de comunicação social e abuso de poder econômico e político durante o pleito de 2006, quando concorria à vaga na Câmara dos Deputados. A punição foram três anos sem que Salles pudesse concorrer a novo cargo eletivo. No entanto, em 2008, o político entrou na corrida eleitoral para ocupar a cadeira de prefeito de Santo André. Até o momento não ganhou nenhuma eleição.

Já o pedido de ação de impugnação do registro partiu da PRE (Procuradoria Regional Eleitoral) órgão do MPE (Ministério Público Eleitoral) "a maciça divulgação de matérias elogiosas a pré-candidato em diversos jornais e revistas, cada um com tiragem média de 10.000 exemplares, publicados quinzenalmente e distribuídos gratuitamente durantes vários meses antes das eleições, o que constitui uso indevido de meios de comunicação, com potencial para desequilibrar a disputa eleitoral." Mas ele ainda pode recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Procurado, Salles não retornou aos telefonemas.

FUTURO - Nome cogitado para disputar as próximas eleições à Prefeitura de Santo André, o vereador tucano Paulinho Serra é pedra no sapato de Salles. Com eventual indisponibilidade de Salles pela Ficha Limpa, que prevê oito anos de inelegibilidade, o caminho do parlamentar fica mais livre. Embora evite falar sobre futura candidatura, o tucano comentou o indeferimento do registro de Salles. "Independente de ter sido político da região foi fato emblemático. Se chegou ao absurdo de ter lei para separar joio do trigo. A atitude a meu ver já é extrema, pois isso deveria ser definido nas urnas. A classe política caiu na descrença da população. Mas a lei deve ser cumprida e não cair na descrença, pois valoriza ética e a moralidade."