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Taxa de desemprego cai pelo quinto mês seguido na região

Mesmo assim, ainda há 222 mil sem trabalho, ou
15,5% da PEA; em outubro de 2015 eram 12,5%

Paula Oliveira
Especial para o Diário
01/12/2016 | 07:07
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Denis Maciel/DGABC


A taxa de desemprego no Grande ABC diminuiu pelo quinto mês consecutivo. Em outubro, o percentual de trabalhadores sem ocupação chegou a 15,5%, o que representa 222 mil pessoas. Em setembro, esse montante era de 16%. E, em junho, quando teve início a trajetória de queda, atingia 16,9%.

Os dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), elaborada pela Fundação Seade e pelo Dieese, foram divulgados ontem. O levantamento é realizado em residências do Grande ABC, e em torno de 20% dos moradores não trabalham nas sete cidades.

A taxa de desemprego é calculada sobre a PEA (População Economicamente Ativa), composta por grupo de pessoas com mais de 10 anos que estão empregadas ou em busca de trabalho. Atualmente, são 1,4 milhão na região.

Em maio, o desemprego no Grande ABC alcançou 17,1%, maior taxa do ano. Em junho, iniciou processo de redução gradativa, ao recuar para 16,9%. Em julho, passou a 16,8%; em agosto, 16,4%; em setembro, 16%; e, em outubro, 15,5%. O percentual agora se aproxima ao de janeiro, quando atingiu 15%.

No mês passado, o contingente de desempregados estava menor em 4.000 pessoas, ao totalizar 222 mil. Apesar da boa notícia, quando se compara com outubro do ano passado, há um acréscimo de 49 mil trabalhadores. À época, a taxa de desocupados era de 12,5%.

Contribuem a esse movimento dois fatos. Um deles é que em meio à crise muita gente deixa de procurar emprego. Outro é que a ocupação aumentou 1,9%, ou seja, em outubro 1.211 pessoas começaram a trabalhar.

O setor que mais puxou criação de empregos foi comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas. As contratações, estimuladas pelo emprego temporário, cresceram 7,4%, e foram gerados 15 mil postos de trabalho. Na sequência, e pelo mesmo motivo, o ramo de serviços demandou 2,1% mais e admitiu 14 mil profissionais.

Por outro lado, a indústria ainda segue demitindo. O segmento dispensou 11 mil operários (queda de 4,3%), sendo 9.000 no setor metalmecânico (recuo de 7,4%).

“Observando os noticiários e os últimos acontecimentos da região, esse movimento de redução dos postos de trabalho na indústria metalmecânica deve continuar. Estão havendo muitos fechamentos de empresas e, por ora, é improvável a abertura de outras do ramo, o que é muito preocupante”, explica o economista do Dieese César Andaku.

Entre as montadoras, Mercedes, Volkswagen e Ford passaram por processos de PDVs (Programas de Demissão Voluntária). Além disso, há empresas deixando a cidade (como a ABR. em São Bernardo) ou encerrando a linha de produção (a exemplo da Yoki em São Bernardo, da Labortex em Santo André e da Keiper em Mauá).

RENDIMENTO - O economista do Dieese aponta que o reflexo da perda de emprego, principalmente na indústria, exerce impacto direto nos salários – o segmento é o que melhor remunera na região. Entre agosto e setembro, conforme dado mais recente, os rendimentos médios reais pagos no Grande ABC foram reduzidos em 4% para os ocupados, que passaram a ganhar em média R$ 2.053. Entre os assalariados, o recuo foi de 2,1%, para R$ 2.134.

“Tomando como base a redução dos rendimentos, e o fato de as pessoas guardarem o dinheiro que têm e não gastarem aquele que não têm, tudo indica que este deverá ser o pior Natal para a economia regional. Isso porque a economia não gira”, afirma Andaku.

Na comparação anual, o salário médio dos ocupados teve queda de 5,8%, pois em setembro de 2015 o valor médio estava em R$ 2.180. O dos assalariados, que era de R$ 2.277, caiu 6,3%.  




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