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Escola suspende aulas à noite por causa de bombas
Sergio Campos
Da Sucursal de São Bernardo
02/09/2001 | 20:28
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Depois de dez explosões de bombas caseiras somente neste ano, a direção da EE Professor Maurício Antunes Ferraz, no bairro Nova Petrópolis, em São Bernardo, resolveu na sexta-feira suspender as aulas do período noturno – horário em que as explosões acontecem – até esta terça-feira. Em reunião com pais de alunos e professores, a diretoria da escola quer chegar a uma solução para o problema.

Apesar do cartaz afixado no portão da escola informando que as aulas estão suspensas em razão da falta de segurança, a Secretaria do Estado da Educação negou que essa seja a razão. Na sexta-feira, a secretaria informou, por meio da assessoria de imprensa, que as aulas foram suspensas para que os alunos participassem do evento Agita Galera (naquele dia) e para a direção realizar reuniões pedagógicas nesta segunda-feira. Informou ainda que foram registradas só duas ocorrências com bombas na escola.

Todas as bombas caseiras estouradas até agora na escola eram de baixo impacto e, em sua maioria, tinham com objetivo destruir o transformador de energia elétrica da escola. Provavelmente para que as aulas do período noturno fossem canceladas. Mesmo assim, a direção resolveu suspender as aulas como medida de segurança.

Alunos, pais e professores dizem que o vandalismo na pára nas bomba. A aluna R.O., 16 anos, afirmou que na terça-feira da semana passada estudantes e professores sentiram um cheiro forte de gasolina e o inspetor encontrou um saco plástico com dois litros de gasolina dentro de uma lixeira no corredor. “A situação está perigosa, porque não se trata apenas de bombinhas”, disse R., que acredita que os responsáveis sejam alunos.

Uma professora do noturno, que não quis se identificar, disse que a escola vive um clima de terror e que isso prejudica o desenvolvimento escolar dos alunos e o rendimento dos professores que estão inseguros. “No início era apenas na caixa de luz, mas agora eles colocam as bombas nos banheiros e corredores. Todos têm medo de ficar na escola e ninguém se concentra no ensino.” Segundo ela, a metade das lâmpadas da escola estão queimadas e a péssima iluminação ajuda a ação dos alunos.

Segundo a assessoria da secretaria de Educação, as lâmpadas não estão queimadas, mas algumas permanecem desligadas como medida de racionamento de energia. Quanto à segurança da escola, informou que houve um reforço do patrulhamento da Polícia Militar e um inquérito na Polícia Civil que investigará o caso das bombas. Informou ainda ter instruído os funcionários para circularem mais nas dependências da escola. A assessoria disse ainda que tem uma campanha entre os alunos para a preservação e a valorização do patrimônio público e normas de convivência e bem-estar.




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