Economia Titulo
Engenharia Ambiental veio para ficar
Gabriela Gasparin
Especial para o Diário
27/01/2007 | 20:20
Compartilhar notícia


Conhecidos como “ecológicos” (e, de fato, o são) no mercado de trabalho e ainda novos de carreira – a primeira leva de graduados formou-se no final dos anos 90 no país –, os engenheiros do meio ambiente são cada vez mais requisitados em outro tipo de meio, o empresarial. Com leis ambientais mais exigentes e a crescente demanda por políticas ecologicamente corretas, os formados – ou estudantes – na área estão cravando seu espaço dentro das organizações.

"O mercado de engenharia ambiental já existe há muito tempo no país. O que não existia era um engenheiro formado para atuar exclusivamente na área”, revela Marcelo Zaiat, coordenador do curso de Engenharia Ambiental da EESC (Escola de Engenharia de São Carlos) da USP. De acordo com ele, a função sempre foi exercida por engenheiros de outras áreas, que precisavam fazer cursos de especialização após a graduação.

Zaiat completa que as empresas estão se dando conta da necessidade do profissional. “O formado em cinco anos no curso de engenharia ambiental sai muito mais preparado para atuar nas questões do meio ambiente do que o engenheiro de outro ramo que se especializou na área.”

O coordenador, porém, faz questão de frisar que o engenheiro ambiental não é um “inimigo do lucro” nas empresas – aquele que se diz contra novos projetos que possam prejudicar o meio ambiente – e ressalta: “Algumas organizações pensam que estão colocando ambientalistas para trabalhar. O engenheiro ambiental é alguém que irá resolver problemas dentro das empresas”, conta. Entre as atividades do profissional, estão a adequação ambiental e a elaboração de estudos de impacto e viabilidade ambiental de empreendimentos.

Segundo o coordenador do curso de Engenharia e Tecnologia Ambiental do Centro Universitário Fundação Santo André, Luis Kosminsky, o próprio PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), anunciado na semana passada pelo governo, estimula o crescimento do setor. Parte dos investimetos de R$ 503,09 bilhões até 2010 serão destinadas a áreas como saneamento básico e energia, campos de atuação do engenheiro ambiental. “A consciência ecológica está crescendo na sociedade. Muitas consultorias do setor estão sendo criadas”, cita.

Mercado - Relativamente novo no mercado, o primeiro curso de Engenharia Ambiental teve início em 1992, na Univesidade Federal de Tocantins. Atualmente, são cerca de 70 cursos, sendo que quase metade encontra-se no Estado de São Paulo, de acordo com um estudo realizado por profissionais da área. O curso da USP começou em 2003 e, no Centro Universitário Fundação Santo André (único a oferecer a graduação na região) a primeira turma forma-se no final deste ano.

Marcelo Zaiat, da USP, estima que daqui a cinco anos os profissionais do setor já dominarão as áreas voltadas ao meio ambiente dentro das empresas. Luis Kosminsky, da Fundação Santo André, concorda. “Os nossos alunos são muito bem colocados no mercado. A partir do quarto semestre já tem alunos com bons estágios”, cita.

(Supervisão de Daniel Trielli)




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;