A oposição libanesa, liderada pelo movimento xiita pró-sírio Hezbollah, exigiu nesta segunda-feira a organização de eleições legislativas antecipadas para resolver a crise política.

"A oposição tomou esta decisão para solucionar uma situação provocada pela obstinação do governo ilegítimo" de Fouad Siniora, afirmou à imprensa o ex-primeiro-ministro pró-sírio Omar Karamé.

Karamé, que dirigiu de setembro de 2003 a março de 2005 o último governo pró-sírio do Líbano, informou que "as diferentes partes da oposição, reunidas nesta segunda-feira, decidiram promover a organização de eleições legislativas antecipadas".

Este apelo acontece na véspera de uma visita a Beirute do secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa, que vai tentar uma mediação entre as partes para resolver a crise.

A realização de legislativas antecipadas é um dos objetivos da oposição, que organiza desde o dia 1 de dezembro manifestações permanentes no centro de Beirute, diante da sede do governo.

A oposição também pede um gabinete de união nacional para substituir o atual governo, apoiado pelo ocidente e por alguns países árabes.

O governo de Siniora é considerado ilegítimo pelo presidente libanês, Emile Lahud, e pelo líder do Parlamento, Nabih Berri, desde a renúncia de seis ministros pró-sírios, entre eles os cinco ministros que representavam a comunidade xiita, ou seja, um terço da população do país.

O líder cristão da oposição, o general Michel Aoun, afirmou nesta segunda-feira que "a solução da crise passa por eleições legislativas antecipadas".

As últimas eleições legislativas, em 2005, levaram ao Parlamento uma maioria de deputados anti-sírios, pela primeira vez em 30 anos, depois da retirada das tropas sírias do Líbano.