Os motivos apontados pela entidade para esse desempenho estão diretamente associados às medidas de desoneração de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) implementadas pelo governo no decorrer do ano e ao aumento do crédito para o setor da construção civil.
“Os últimos 12 meses foram bons para o setor, já que devemos encerrar 2006 com o dobro do crescimento do PIB do país. Em produtos desonerados, como tintas, argamassas, além de aço e metais de banheiro, a alta foi de 10% em relação ao mesmo período de 2005”, afirma Melvyn Fox, presidente da entidade.
Ele conta que no setor ocorrem dois momentos de alta nas vendas de materiais de construção: em produtos de base, como cimento e aço e com itens utilizados no acabamento, como pisos, cerâmicas e tintas.
“Em 2006, o setor de materiais básicos cresceu 5,43% ante igual intervalo do ano passado, com destaque para o aço. Já nos que são utilizados na parte final da construção, a alta foi de 4,96% comparada ao mesmo período de 2005 , com o setor de tintas registrando o melhor desempenho”, completa Fox.
Ele revela que as construtoras representam apenas 20% do consumo de materiais de construção no país e que o ‘pequeno consumo’, que caracteriza a autoconstrução, é o principal responsável pelo crescimento das vendas do comércio do setor.
“O grande consumo destes produtos no Brasil ainda se dá via varejo e pela distribuição. Motivados, principalmente, pelo mercado interno, a nossa expectativa de crescimento em 2007 é de 7%”, prevê Fox.
O Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) faz coro com a Abramat e também confirma que bons ventos sopraram sobre o setor em 2006.
De acordo com o sindicato, até setembro, o volume de vendas do comércio de materiais de construção havia aumentado 3,7%, com alguns produtos registrando bom crescimento em 2006.
No mesmo período, por exemplo, a produção do cimento tinha alta de 7%, com o consumo atingindo quase 9%. Em relação ao vergalhão de aço, as taxas de crescimento da produção e do consumo foram ainda mais expressivas: 15,5% e 20%, respectivamente.
“Ainda é cedo para se fazer uma análise sobre o reflexo no setor do pacote de medidas à construção civil anunciado pelo governo Lula. Mas o ano de 2007 é muito promissor”, diz João Claudio Robusti, presidente do Sinduscon-SP.
Ponto negativo – Segundo a Abramat, o faturamento das exportações apresentou forte queda no acumulado de 2006, com resultado 15% menor em relação ao mesmo período do ano passado.
“As exportações continuam deficitárias. A valorização do real prejudicou muito o setor, além dos contratos realizados há muito tempo, o que faz as empresas nacionais cumprirem acordos feitos na época em que o dólar estava valorizado ante a moeda brasileira”, avalia Fox.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.