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Setor de material para construção deve crescer 6% em 2006
Guilherme Yoshida
Do Diário do Grande ABC
07/12/2006 | 22:15
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Os incentivos do governo federal ao setor da construção civil têm gerado efeitos positivos nas vendas de materiais. Segundo a Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), o faturamento do setor no acumulado do ano (período de janeiro a outubro) cresceu 5,33% em relação a igual período de 2005 e a expectativa é que até dezembro a alta seja de 6%.

Os motivos apontados pela entidade para esse desempenho estão diretamente associados às medidas de desoneração de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) implementadas pelo governo no decorrer do ano e ao aumento do crédito para o setor da construção civil.

“Os últimos 12 meses foram bons para o setor, já que devemos encerrar 2006 com o dobro do crescimento do PIB do país. Em produtos desonerados, como tintas, argamassas, além de aço e metais de banheiro, a alta foi de 10% em relação ao mesmo período de 2005”, afirma Melvyn Fox, presidente da entidade.

Ele conta que no setor ocorrem dois momentos de alta nas vendas de materiais de construção: em produtos de base, como cimento e aço e com itens utilizados no acabamento, como pisos, cerâmicas e tintas.

“Em 2006, o setor de materiais básicos cresceu 5,43% ante igual intervalo do ano passado, com destaque para o aço. Já nos que são utilizados na parte final da construção, a alta foi de 4,96% comparada ao mesmo período de 2005 , com o setor de tintas registrando o melhor desempenho”, completa Fox.

Ele revela que as construtoras representam apenas 20% do consumo de materiais de construção no país e que o ‘pequeno consumo’, que caracteriza a autoconstrução, é o principal responsável pelo crescimento das vendas do comércio do setor.

“O grande consumo destes produtos no Brasil ainda se dá via varejo e pela distribuição. Motivados, principalmente, pelo mercado interno, a nossa expectativa de crescimento em 2007 é de 7%”, prevê Fox.

O Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) faz coro com a Abramat e também confirma que bons ventos sopraram sobre o setor em 2006.

De acordo com o sindicato, até setembro, o volume de vendas do comércio de materiais de construção havia aumentado 3,7%, com alguns produtos registrando bom crescimento em 2006.

No mesmo período, por exemplo, a produção do cimento tinha alta de 7%, com o consumo atingindo quase 9%. Em relação ao vergalhão de aço, as taxas de crescimento da produção e do consumo foram ainda mais expressivas: 15,5% e 20%, respectivamente.

“Ainda é cedo para se fazer uma análise sobre o reflexo no setor do pacote de medidas à construção civil anunciado pelo governo Lula. Mas o ano de 2007 é muito promissor”, diz João Claudio Robusti, presidente do Sinduscon-SP.

Ponto negativo – Segundo a Abramat, o faturamento das exportações apresentou forte queda no acumulado de 2006, com resultado 15% menor em relação ao mesmo período do ano passado.

“As exportações continuam deficitárias. A valorização do real prejudicou muito o setor, além dos contratos realizados há muito tempo, o que faz as empresas nacionais cumprirem acordos feitos na época em que o dólar estava valorizado ante a moeda brasileira”, avalia Fox.



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