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Setor de brinquedos fatura mais este ano
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
28/09/2001 | 23:03
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  Enquanto alguns segmentos industriais sentem uma retração em suas vendas, devido a fatores como oscilações do câmbio, altas dos juros e incertezas no mercado externo, indústrias de brinquedos instaladas no Grande ABC projetam crescimento que chega a mais de 20% em faturamento neste ano na comparação com o ano passado. Com investimentos em novos produtos e a ajuda do dólar mais alto, que favoreceu a concorrência com os brinquedos importados, alguns desses fabricantes nem estão aceitando novas encomendas para o Dia das Crianças, que será comemorado em 12 de outubro, já que sua capacidade de produção está tomada.

É o caso da Líder, de Mauá. “Só estamos atendendo encomendas para o Natal. Para o Dia das Crianças não dá mais, com exceção de determinadas linhas, como as bolas, cujo volume de produção é bem alto”, afirmou o proprietário, Geraldo Zinato. A empresa produz 150 mil bolas por dia. A companhia tem como carros chefes o Jump ball e o Cavalinho Upa-upa, e fabrica ainda outros itens: jogos de cafezinho e kits de beleza para as meninas e carrinhos em miniatura para os meninos.

Segundo o empresário, a alta do dólar favoreceu suas vendas, ao reduzir a entrada de itens de outros países no mercado interno. Ele afirmou que o trabalho desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos (Abrinq) e do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) para retirar importados fora das normas legais se mostrou positivo. “Nossas vendas estão acima da expectativas.”, disse. Ele projeta crescer mais de 20% neste ano.

A Gulliver, de São Caetano, manteve suas estimativas do início do ano, de atingir 20% de expansão na receita. “Estamos atingindo as metas estabelecidas e satisfeitos”, afirmou o gerente nacional de vendas, Paulo Benzatti. A empresa realizou neste ano diversos lançamentos, entre eles o boneco do Dexter e chaveiros das Meninas Superpoderosas. O gerente disse que um dos fatores que ajudou a atingir as metas foi o preço médio de seus itens, abaixo de R$ 20. Para Benzatti, a alta do dólar deve trazer mais benefícios no médio prazo, com a provável queda nas vendas de quem trabalha com produtos importados.

Outra companhia que investiu em novos produtos neste ano foi a Grow, de São Bernardo. O diretor superintendente, João Nagano Júnior, espera ter bons resultados com a boneca da Emília, da linha do Sítio do Pica-pau Amarelo, e os kits da Eliana. A fabricante projeta crescer 5% no Dia das Crianças deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

Para todo o segmento no país, a previsão de faturamento é de cerca de R$ 920 milhões, o que significa 8,5% a mais em comparação com o registrado no ano passado, de acordo com estimativa do presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa. Segundo ele, o país deve fechar o ano com demanda de 230 milhões de brinquedos, dos quais 195 milhões serão produzidos no Brasil.




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