Economia Titulo
Greve causa transtornos
na triagem dos Correios
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
30/09/2011 | 07:30
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Mesmo com a afirmação dos Correios de que funcionários estão sendo remanejados para amenizar o atraso das entregas, a retirada de objetos nos centros de distribuição gera transtornos. Ontem, 13º dia útil de greve, profissionais da triagem da Travessa Santo Amaro, em Santo André, se negavam a atender clientes após as 16h. O local deveria funcionar até as 17h.

A equipe do Diário viu o aposentado Mario Pedro da Silva, 54 anos, ser surpreendido. Ele queria resgatar entregas que estavam atrasadas havia dois dias. Os Correios o informaram por telefone que ir ao local até às 17h era opção; porém, foi barrado às 16h15. "Não deixam entrar e ninguém informa nada." A polícia foi chamada, mas não houve tumulto.

O gerente do centro, Adonias da Silva, justificou aos que reclamavam por atendimento que os funcionários ficariam localizando entregas paradas até às 20h, devido ao alto volume de objetos. Para alguns que já estavam por vários minutos ali, prometeu verificar se identificava os itens. Os demais deveriam retornar só no dia seguinte, mesmo chegando antes das 16h. No entanto, havia várias pessoas na fila no interior do centro; algumas já esperavam por quatro horas. Um funcionário que não se identificou disse que estava difícil achar encomendas. Havia representantes de grandes varejistas que não sabiam o que fazer para localizar entregas.

A espera mínima era de uma hora, mas muitos abandonaram a fila. Houve quem chegou no centro às 13h, mas saiu às 17h de mãos abanando. Caso do sonoplasta Fábio Martins. "Apresentei meu RG com o nome da minha mãe, já que a encomenda estava no nome dela. Mas não houve acordo." Ele insistiu, e foi convidado a sair do local. Após três horas de espera, pessoas eram informadas que suas encomendas voltaram para a Capital, estavam perdidas ou haviam sido encaminhadas para entrega.

A empresa disse que faria reorientação nos centros a fim de atender a população, mas não havia respondido sobre o ocorrido até o fechamento desta edição.

Na região já são 8,450 milhões de objetos parados por conta da greve, diz o Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos da Capital. A ECT ofereceu ontem nova proposta aos trabalhadores; aumento real de R$ 80 e abono imediato de R$ 500. A empresa prometeu descontar na folha a proporção de um dia de greve ao mês. Sindicalistas recusaram o corte do ponto. E a greve continua.




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