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Acusada de ataque a ônibus no Rio foi presa por engano
04/01/2006 | 23:39
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Um mês depois de prender Sabrina Aparecida Marques Mendes, 21 anos, e de apresentá-la como integrante do grupo que incendiou o ônibus 350, a polícia pediu à Justiça sua libertação. L., garota de 13 anos que confessou participação no crime e a havia reconhecido como cúmplice, afirmou ter feito confusão entre Sabrina e a verdadeira criminosa – segundo ela, Brenda Lizer Santos da Silva.

O atentado de traficantes ao ônibus ocorreu no dia 29 de novembro na Penha, zona Norte do Rio, e morreram cinco pessoas, entre elas um bebê.

A Justiça decidiu soltar Sabrina e ela deixou a carceragem feminina da Polinter, em Mesquita, na Baixada Fluminense, no início da noite. A advogada da jovem, Eliane Rodrigues, disse que sua cliente já decidiu que vai processar o Estado pelo constrangimento.

A inspetora Marina Maggessi, que apresentou Sabrina à imprensa horas depois de sua prisão, no dia 8 de dezembro, deu explicações na quarta-feira. Para ela, quem errou foi L., e não a polícia – o depoimento da menor teria sido suficiente para pedir a prisão de Sabrina. “Houve injustiça, mas por parte da menina, e é ela quem tem de pedir desculpas”, disse a inspetora. Sabrina foi mantida presa mesmo sem ter sido reconhecida por dois sobreviventes do atentado.

Ao ver uma fotografia de Sabrina, há um mês, L. afirmou categoricamente que ela havia atacado o ônibus. Na terça-feira, mudou de idéia. Ao ver uma foto de Brenda, disse que era ela a mulher que havia entrado no ônibus 350 e obrigado os passageiros a ficar na parte de trás do veículo, para que não pudessem escapar do incêndio. Outra pessoa reconheceu a verdadeira criminosa: um líder comunitário da região da Penha.

A versão da garota foi tão convincente que Sabrina foi mantida presa mesmo sem ter sido reconhecida por dois sobreviventes que foram à DRE naquele dia (segundo Marina, é comum que pessoas traumatizadas por atos violentos não consigam reconhecer seus agressores).

Sabrina e Brenda são morenas, têm cabelos cacheados e tiveram relacionamento com o traficante Anderson Gonçalves dos Santos, o Lorde, acusado de ter ordenado o atentado. A polícia procura Brenda, Lorde e outro membro da quadrilha.

A mãe, a irmã e uma prima de Brenda, que moram no bairro de Madureira, na zona Norte do Rio, já prestaram depoimento e contaram que não têm notícias suas desde novembro – o crime foi no dia 29 daquele mês. Disseram que ela freqüenta favelas e gosta de bailes funk. A polícia acredita que Brenda e Lorde estejam juntos e espera que a população os denuncie.




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