A 44ª rodada do Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, encomendado pelo Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria) ao Datafolha, mostra que a crise econômica impactará negativamente nos pagamentos a serem realizados neste fim de ano. Ao todo, 69% dos entrevistados informaram que terão dificuldades para arcar com o 13º salário em 2016. E 17% acreditam que atrasarão o pagamento da obrigação trabalhista a seus funcionários, o que corresponde a cerca de 53 mil indústrias.

No comparativo com 2015, 45% dos empresários entrevistados alegaram encontrar mais dificuldades para pagar o 13º neste ano do que no ano passado; 34% afirmaram terem o mesmo grau de dificuldade de 2015 e 21% veem menos obstáculos. Questionadas sobre a origem deste pagamento, 80% das indústrias informaram que o 13º virá por meio de seus próprios recursos; 9% recorrerão a crédito bancário, 8% farão empréstimos em outras fontes, como empresas financeiras ou pessoas conhecidas, e 3% utilizarão o cheque especial.

O uso de recursos próprios é consequência da ausência de crédito no mercado. Cerca de 52% informaram que o capital de giro disponível em seus negócios é muito pouco, o que traz dificuldades. Apenas 9% dos entrevistados consideram o capital de giro disponível em suas indústrias mais do que suficiente. Dos que buscaram acesso a empréstimos, somente 8% conseguiram utilizar linhas específicas para pessoas jurídicas em outubro; 17% recorreram ao cheque especial e 5% realizaram empréstimos pessoais.

Impacto do aumento da inadimplência

Outro fator que corrobora negativamente para a situação das indústrias é o nível de inadimplência, que teve alta. Em torno de 51% dos empresários sofreram calote no último mês. Em setembro, este índice era de 45%. Questionados sobre o quanto deixaram de receber, 14% dos entrevistados identificaram que a dívida atingiu mais de 30% do faturamento previsto em outubro – aumento de 5% no comparativo com o mês anterior.

Expectativa com o cenário econômico segue em alta

Apesar dos sinais de estabilização econômica das empresas em um quadro negativo, as MPIs (Micro e Pequenas Indústrias) acreditam numa reversão da situação. Para 48%, a expectativa é de que o cenário nacional vai melhorar. O índice de satisfação econômica, realizado bimestralmente, também teve alta: de 43 pontos em agosto para 47 pontos em outubro. Este número é uma média dos indicadores de satisfação sobre os cenários econômicos do País, do Estado de São Paulo e dos setores de atividade.

Nas avaliações de cada categoria, os indicadores também apareceram em alta. Sobre a análise da situação econômica do País, o índice subiu de 26 pontos em agosto para 28 em outubro; já na análise sobre o Estado de São Paulo, a melhora foi de 43 pontos para 50.

A expectativa positiva também aparece na análise do governo federal, pois 53% dos entrevistados acreditam que a gestão de Michel Temer (PMDB) será ótima ou boa, ante 47% em setembro. Outros 30% veem sua gestão como regular, numa queda de 1% referente ao mês anterior. O número de pessoas que avaliavam como ruim ou péssimo caiu de 19% em setembro para 11% em outubro. Ainda, 7% não souberam opinar, ante 9% em setembro.
A pesquisa - O Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha, é reconhecido como sinalizador de tendência. É importante salientar que 42% das MPIs de todo Brasil estão em de São Paulo. A íntegra das 44 pesquisas Simpi/Datafolha, desde março de 2013, está disponível no site da entidade (www.simpi.org.br).