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Aidan enfrenta dificuldade
frente aos planos de aliados
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
08/07/2011 | 07:24
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Diante da proximidade do processo eleitoral de 2012 - um ano para o início das campanhas -, parte considerável da base do prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), hoje composta por 14 parlamentares, monta estratégia paralela à reeleição do petebista dando fortes indícios de que o barco governista vai enfrentar mares agitados no que se refere a apoio.

Os projetos políticos de aliados garantindo vôo próprio no pleito são sinais cristalinos de que Aidan tende a sofrer esvaziamento do grupo. Na última semana até mesmo o vereador do PTB Gilberto Primavera demonstrou insatisfação com o governo, sinalizando a possibilidade de deixar a ala ligada ao prefeito rumo ao PSD.

No cenário atual andreense apenas DEM e PSL confirmam caminhar juntos com a administração até o fim do mandato. Inclusive, ontem, o presidente estadual do DEM, deputado federal Jorge Mudalen, compareceu à Prefeitura para tentar consolidar a união, porém com a ausência de Aidan ‘por uma semana devido a motivos particulares' o diálogo final ficou para terça-feira.

"Conversa seria com o prefeito. O apoio vai depender desse acordo. Se o rumo beneficiar o DEM podemos arrematar alinhamento, caso contrário não descartamos candidatura própria", argumentou Mudalen, salientando que, até agora, apenas Aidan o procurou para buscar composição. "Ficou bem encaminhado", completou o deputado, ao comentar os primeiros passos com o secretário de Gabinete e Saúde, Nilson Bonome (PMDB).

Apesar de atualmente fazer parte da situação, o diretório do PSDB abona que o posicionamento irreversível será contrário a de Aidan, encaminhamento aprovado de forma unânime na segunda-feira. A partir de agosto a legenda anunciará postura de independência no Legislativo para iniciar a construção da empreitada solo.

"Em setembro definiremos o nome do candidato, como nova via. Intensificaremos ações na busca por parceiros, no entanto, há siglas bem próximas em decorrência de identidade política. A missão será mostrar que PTB e PT tiveram suas chances e os modelos de gestão não funcionaram", sustentou o vereador Paulinho Serra (PSDB), cotado no ninho tucano, ao lado do vereador Marcelo Chehade (PSDB), para disputar o Paço.

Outro que estuda pular do barco governista é o PSB. Os socialistas já articulam atrelar o projeto ao do PSDB, especialmente em razão da afinidade política entre os integrantes das duas legendas. Depois do episódio de cooptação a assessores de gabinete e pré-candidatos do PSB - orquestrada por pessoas ligadas ao governo -, denunciado pelo vereador e presidente do partido, José Ricardo, a trilha para possível aliança sugere lados apostos ao do prefeito. "Há possibilidade real", citou Ricardo. A direção do PV de Santo André, sob comando do vereador Donizeti Pereira, considera que o apoio para a eleição passe pela exigência da criação de Secretaria do Meio Ambiente. Os verdes projetam alinhamento junto à candidatura que se comprometer com a valorização da Pasta, já que desde 2010 aguarda sinalização do prefeito. Em 2008, a legenda estava na órbita petista - que prometeu implementação do projeto - e, nos bastidores, conta novamente com o assédio dos ex-aliados.

O próprio PMDB, sigla do articulador político Nilson Bonome, não está afiançado como apoiador a Aidan. A resolução do partido em lançar candidatura a prefeito ou a vice em cidades com mais de 200 mil eleitores, aliada à proximidade do vice-presidente da República e dirigente nacional licenciado do PMDB, Michel Temer, com o PT, de Dilma Rousseff, pode inviabilizar acordo formal no processo eleitoral. No meio político, aliados de primeira hora reclamam da falta de espaço. Eles comentam que o prefeito confia que pode vencer o pleito até mesmo sem partidos na coligação, assim como ocorreu em 2008, por isso não se esforça para garantir grandes agremiações.




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