Sá e Guarabyra, que há quase 40 anos são trilha sonora da história de muitos apaixonados, sempre que vêm ao Grande ABC encontram um capítulo especial escrito nessas quatro décadas: "Nosso primeiro fã-clube é de Santo André. Os presidentes, nossos afilhados, estão casados hoje", conta Sá.

E são histórias que caberiam em um livro, descreve o parceiro de Guarabyra. "Nós traçamos praticamente a biografia de três gerações, são pais que fazem a cabeça de filhos e depois de netos a conhecer as nossas músicas. O que mais tem em show é gente que diz: ‘Cara, casei, namorei a minha mulher ouvindo essa música'. Pessoas que vivem canções, principalmente 'Espanhola' e 'Dona', como se fossem feitas de moléculas delas."

É por isso que as apresentações da dupla é miscelânea de hits. Assim será amanhã, com o show que eles farão no Teatro Paulo Machado de Carvalho, em São Caetano. O espetáculo integra o projeto 'Quintas Musicais' do Sesc São Caetano. Os ingressos estão à venda na Rede Sesc e, a partir de amanhã, às 18h, estarão disponíveis na bilheteria do teatro.

Para o artista, não dói que seja assim, sem tanto espaço para o lado B e para composições recentes ou inéditas. "Gostamos muito do que tocamos, e temos sorte de termos músicas de sucesso, sem composições que negamos ou que então não fazem mais parte de nossa ideologia."

Sá garante que outro segredo para não enjoar dos seus próprios sucessos é sempre modificar as estruturas das canções no palco. "A gente mete uns cacos, fazemos divisões diferentes, sempre mantendo o arcabouço da composição, mas com alguma coisa nova."

Eles estão na estrada com o projeto 'A Dois', feito depois do lançamento de 'Amanhã' (2010), disco que trazia de volta o trio formado junto com Zé Rodrix - morto antes da distribuição do CD, em maio de 2009. O disco de inéditas não foi trabalhado em turnê. "Não nos animamos a tocar as músicas do disco. É meio doloroso ainda", comenta Sá.

O músico revela que desde a morte de Rodrix, a dupla voltou para antes de 2001, período em que eram ainda somente Sá e Guarabyra (Zé Rodrix esteve no trio em 1973 e retornou em 2001). "Estamos nos recuperando, provavelmente gravaremos um DVD de 40 anos de carreira, com músicas inéditas e alguns sucessos."

Hoje, Sá conta que cerca de 90% das músicas que a dupla compõe são feitas em trocas de e-mail. E que qualquer trabalho que seja feito a partir disso será pensado depois que eles tiverem número suficiente de boas canções. "Não é nosso estilo fazer música conceitual. Partimos do dia a dia, do resultado de nossas composições para compor projeto."

Sá e Guarabyra - Música. No Teatro Paulo Machado de Carvalho - Alameda Conde de Porto Alegre, 840, São Caetano. Tel.: 4223-8800. Amanhã, às 20h. Ingr.: R$ 3 a R$ 12.