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Creches para cachorros ganham adeptos na região
Marília Montich
Do Diário OnLine
31/10/2016 | 16:18
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Divulgação/Cão Club


Três vezes por semana, Chico tem um motivo a mais para acordar animado. Logo às 6h, seus “pais” levantam e começam a arrumar sua mochila, separando pertences e preparando as refeições que ele vai fazer ao longo do dia. A família, que vive em Santo André, entra no carro e segue para a vizinha São Caetano rumo à creche. Ao chegar ao destino, Chico se despede e corre todo feliz ao encontro dos “professores” e colegas. Ao contrário do que possa parecer, não se trata aqui de uma criança, e sim de um cachorro da raça Jack Russel muito simpático e arteiro de apenas nove meses.

A rotina do bichinho de estimação é hoje a de tantos outros no Grande ABC, uma vez que as creches para cachorros têm se popularizado nos últimos anos. Trata-se de um lugar onde os animais podem gastar energia e conviver com outros da espécie enquanto os donos estão fora de casa. “Fazemos várias atividades e criamos brincadeiras. Também focamos na socialização, ou seja, estimulamos que eles interajam entre eles”, explica a adestradora Cláudia Moreno, 31 anos, fundadora da Cão Club, em São Caetano, aberta há quatro anos.

As creches não têm o intuito de oferecer adestramento. Noções básicas como sentar, não pular nas pessoas e não avançar podem ser aprendidas no dia a dia de forma natural, mas o objetivo é, acima de tudo, diversão. “A ideia do trabalho é recreação, não é causar estresse como ocorre quando se adestra. A creche é recomendada para, por exemplo, aqueles cães que destroem coisas em casa. No final do dia, eles chegam cansados e acabam ficando mais calmos”, diz o adestrador Rafael Cassanta, 36 anos, proprietário da Cão a Cão, que conta com duas unidades na região - uma em São Bernardo, em atividade há três anos, e outra em São Caetano, inaugurada no início de outubro.

As atividades disponibilizadas vão desde brincadeiras recreativas e cognitivas, em que o “aluno” tem que desenvolver estratégias para ser recompensado por brinquedo ou comida - como caça ao tesouro com petiscos e varal de frutas - até piscina e bexiga d''''''''''''''''água para os dias mais quentes.

A exemplo das creches para crianças, as voltadas para os pets também têm regras. Os donos devem levar a ração e há horário para entrar e para sair. Isso porque é preciso que o tempo das atividades em grupo seja respeitado. Dependendo da unidade, festas e confraternizações estão liberadas, com direito a bolo de aniversário e petiscos próprios para ingestão animal. Tudo devidamente registrado e enviado aos “pais”.

Tanto na Cão Club como na Cão a Cão, os “professores” não necessariamente são veterinários, mas é fundamental que sejam pessoas aptas e que tenham interesse em lidar com comportamento canino. Além disso, é oferecido treinamento e reuniões são feitas constantemente.

Quem pode - Para se matricular na creche, há pré-requisitos que variam de instituição para instituição, mas em linhas gerais é preciso que as vacinas estejam em dia, o exame que aponta giárdia seja negativo, o macho seja castrado e a fêmea não esteja no cio. Uma avaliação comportamental também se faz necessária. “O cão não pode ter agressividade. Se o dono já sabe dessa característica, é interessante que ele nos avise, o que não anula o nosso teste de qualquer forma”, diz Cassanta. “Avalio a agressividade e se o animal tem medo em excesso. Depois o cachorro vem passar um dia de adaptação conosco e só então é colocado em grupo”, completa Cláudia.

Cassanta ressalta para o fato de a creche não ser indicada a todos os perfis e, justamente por isso, a avaliação não pode, em hipótese alguma, ser negligenciada. “Não adianta. Tem aquele que não gosta de outros cães e isso acaba deixando o animal assustado e estressado e pode até virar um trauma.”

Investimento - Atualmente, a Cão Club conta com 65 cachorros matriculados. Já na Cão a Cão são 60, divididos nas duas unidades. Na primeira, os valores variam de R$ 250 a R$ 700, dependendo de quantos dias o cachorro vai frequentar o local, o que também varia de acordo com a necessidade de gasto de energia de cada um. Já na Cão a Cão, os valores giram entre R$ 200 a R$ 550.

Se a primeira vista o investimento parece alto, quem tem seu pet na creche assegura que o serviço vale cada centavo. “Eu indico. Não é dinheiro jogado fora. Para muitos pode parecer luxo, mas se você ama seu amigo, vale a pena. Ele fica mais disciplinado, mais obediente e o convívio com outros cães melhora”, assegura o contato gráfico Marcelo Tadeu, 46 anos, o “pai” do Chico, do início da reportagem.

Há apenas dois meses frequentando a creche, Tadeu afirma que a família já percebeu mudanças significativas na conduta do bichinho. “Ele chega da ''''''''''''''''escola'''''''''''''''' cansado e cachorro cansado é cachorro feliz. Ele janta, fica tranquilo, não sai mordendo nada como fazia antes. A gente sente que ele está alegre e agora há harmonia dentro de casa.”

A secretária de São Bernardo Rogéria Ciccarelli, 44 anos, afirma que no caso de Bruff, seu Golden Retriever de três anos, a creche também rendeu frutos bastante positivos. “Ele vai três vezes por semana desde que tinha um ano. Vejo todas as vantagens possíveis nisso: ele gasta energia e antes não aceitava outros cachorros, achava que ele que mandava no pedaço. Isso mudou muito”, garante. 




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