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Empréstimos do Banco do Povo Paulista recuam
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
12/08/2011 | 07:30
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O total de empréstimos concedidos por meio do microcrédito, disponibilizado pelo Banco do Povo Paulista a empreendedores individuais e a pequenos empresários, formalizados ou não que faturem até R$ 240 mil por ano, diminuiu neste ano no Grande ABC. O recuo foi observado tanto no número de contratos firmados como no volume de recursos financiados.

No primeiro semestre foram financiados R$ 687,8 mil, 3,3% a menos do que de janeiro a junho de 2010. O total de operações registrou retração ainda maior, de 9,2%, com 187 contratos aprovados.

Na avaliação do diretor executivo do Banco do Povo Paulista, Antonio Mendonça, esse recuo se deve à falta de divulgação da modalidade. "No ano passado realizamos dois mutirões do microcrédito no Grande ABC. Neste ano, haverá um em novembro. Essa ação costuma dobrar as contratações", afirma.

Os juros, de 0,7% ao mês, permaneceram inalterados. O prazo, de até dois anos, também. O importante para conseguir o financiamento, que não é concedido para quitar dívidas, mas para ampliar o negócio e adquirir acessórios e maquinário, é comprovar a atividade econômica, ter um fiador e não estar com o nome sujo. O requisito básico para qualquer cidade é morar há pelo menos dois anos no local ou trabalhar lá há pelo menos seis meses.

O banco de São Bernardo, o mais antigo da região e existente desde 2000, é o que mais empresta, porém, foi o que apresentou a maior retração no semestre. O número de operações diminuiu em 24%, encerrando o período com 88 contratos e, em valores, recuou 16,4%, com a concessão de R$ 331,4 mil.

Segundo o diretor de empreendedorismo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, Nilson Tadashi, houve procura, porém, muitos não conseguiram a aprovação do crédito. "De janeiro a junho do ano passado, das 161 pessoas que procuraram, 72% obtiveram o empréstimo. No mesmo período deste ano, das 166 que solicitaram, apenas 53% conseguiram", revela. "A maioria não tomou o crédito porque as garantias eram insuficientes. Muitas não tinham fiador e estavam inadimplentes."

Outra hipótese levantada por Tadashi é que o mercado está cheio de empreendedores circunstanciais que, conforme explica, são pessoas que perderam o emprego e decidiram abrir um negócio para sobreviver. "Como eles já estiveram desempregados, vez ou outra aparece alguma conta sem pagar, como uma fatura de cartão de crédito, o que barra a concessão."

Em Santo André, uma das únicas cidades a apresentar crescimento nos empréstimos, com alta de 14,2% nos contratos e de 32,3% no volume, a justificativa do gestor Sidney Barbosa é que, desde janeiro, a unidade foi transferida para o Paço Municipal, onde circulam diariamente 1.000 pessoas.

 

Região tem R$ 9,5 milhões para serem emprestados

As unidades do Banco do Povo Paulista no Grande ABC dispõem, ao todo, de R$ 9,5 milhões para serem emprestados. Até hoje, já foram financiados para a região R$ 11,7 milhões em 3.894 operações.

"Estamos concluindo estudos junto ao governador Geraldo Alckmin para melhorar a taxa de juros e ampliar os prazos, a fim de abranger um número maior de pessoas", conta Antônio Mendonça.

Podem ser emprestados até R$ 3.000 para investimento e o mesmo valor para capital de giro mas, diferentemente dos bancos comerciais, o montante não é depositado em conta. É concedido cheque nominal ao fornecedor. Por exemplo, se um microempresário precisa comprar um computador, ele leva até a unidade mais próxima alguns orçamentos e, se o estabelecimento for aprovado, o crédito é concedido. O fornecedor também é analisado, a fim de evitar que ele encerre suas operações, receba o dinheiro e o tomador do empréstimo não retire a mercadoria e fique pagando o financiamento de mãos abanando.




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