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Clubes do uísque aquecem bares do ABC
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
23/03/2002 | 18:59
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  O consumo de uísque, que tende a aumentar no período do outono-inverno por ser considerada uma bebida quente, chega a representar entre 7% e 20% do faturamento das casas noturnas instaladas no Grande ABC. Na maioria dos casos, para atingir estes índices os bares optam por incluir o Clube do Uísque em sua grade de atendimento. Nestes clubes, os consumidores adquirem a garrafa da bebida, na marca escolhida, e consomem à vontade.

Segundo o presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do ABC), Wilson Bianchi, a chegada do movimento nas cidades do Grande ABC data de dois ou três anos, tendo como motivação o aumento dos investimentos anunciados no segmento de gastronomia da região, inclusive de redes conceituadas da capital. Bianchi afirma que ainda são poucas as casas que dispõem do clube, mas ressalta que muitas têm investido na novidade para garantir o faturamento.

É o caso do Vero Verde, de Santo André, que dedicou o espaço onde antes funcionava uma discoteca para o lançamento de um bar específico para happy hours no qual o atrativo principal é o Clube do Uísque, hoje com 380 proprietários de garrafas. Além do investimento na reforma, os proprietários da casa ofereceram outras 200 garrafas para clientes preferenciais.

“Queremos reconquistar um público que freqüentou a casa no passado. O clube é uma forma de fidelizá-los”, disse o sócio proprietário Osvaldo D‘Andreia, que até o fim deste mês espera atingir a marca de 800 sócios.

Outra casa recém-inaugurada em Santo André e que trabalha com o Clube do Uísque é o Fonte Leone que nos primeiros dez dias de funcionamento já contava com 30 clientes no clube e espera chegar a marca de mil até o final de 2002, segundo o sócio proprietário, José Miranda. Para ele, a atividade cativa e é interessante para os índices de movimento da casa porque garante o retorno constante do cliente. Os preços das garrafas no Fonte Leone variam entre R$ 75 (Grant‘s) e R$ 490 (Blue Label). Entre as mais vendidas, o empresário destaca estarem as marcas Grant‘s e Ballantine‘s.

Os mesmos fatores são registrados nas duas outras casas do grupo de sócios da caçulinha de Santo André: o Liverpool (com 450 sócios) e o Vera Cruz (800 sócios), ambas de São Bernardo. “Em parceria com as distribuidoras, mantemos promotoras nos bares para divulgar o serviço e as marcas, o que garante resultados positivos. Em uma noite, no Vera Cruz, chegamos a vender 60 garrafas.”

Outra casa da região que aposta no clube do uísque é o Pharelo, de São Bernardo. Segundo o sócio-gerente, Vagner Castro Alves, apesar de a venda da bebida por doses garantir lucro maior (uma garrafa chega a fazer 20 doses), o clube proporciona não só a fidelidade do cliente como também propaganda da casa feita boca-a-boca. Com 200 nomes na lista, Alves afirma que 100% das pessoas que entram no clube não param na primeira garrafa. “Em média, as garrafas duram cerca de 20 dias.”

Há dois meses em funcionamento, o pizza bar Leandrini, de São Caetano, lançou seu Clube do Uísque simultaneamente ao abrir suas portas. De acordo com o sócio proprietário, Roberto Leandrini, a utilização do conceito de clube tem um formato que atrai os clientes. Atualmente, a casa conta com 30 sócios. “Além de o clube ser uma novidade, sei que na minha área há mercado consumidor da bebida”, afirmou Leandrini.

No ranking dos mais vendidos do pizza bar, o empresário afirma que a liderança é do Red Label, cuja garrafa custa R$ 55 ante a mais em conta, que chega a custar R$ 35, do nacional Passport.

Quanto a reflexos no faturamento, o Vero Verde ainda não tem números redondos por ter iniciado o clube com mais impacto somente depois do Carnaval. Já no Fonte Leone, Liverpool e Vera Cruz, a comercialização de uísque chega a representar 20% do faturamento mensal, enquanto no Pharelo o índice é de 7%.

De acordo com Leandrini, apesar de o consumo médio da garrafa pelos clientes ser de três semanas, a comercialização do uísque representa 15% do faturamento da casa. “Isso significa que é rentável, mesmo porque o ganho fica por conta dos acompanhamentos e porções”, disse.




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