A situação dos comerciantes da chamada Rota do Peixe, na Estrada Velha do Mar, em São Bernardo, segue indefinida. Atualmente, três restaurantes ocupam área de proteção ambiental pertencente à Empresa Metropolitana de Águas e Energia, que pede na Justiça a reintegração de posse. A estatal informa que os processos estão em tramitação e que a data para a desapropriação dos imóveis será definida pelo Judiciário.

Enquanto aguardam a resolução do caso, comerciantes mantêm os estabelecimentos funcionando normalmente. No entanto, o risco iminente de despejo é de conhecimento dos frequentadores. Em um dos restaurantes, o Tropicalíssimo, um folheto explica que, "por falta de vontade política", o estabelecimento passará a funcionar em outro local em breve. "O governo do Estado procurou a Prefeitura para buscar alternativas, mas não houve interesse em regularizar nossa situação", comenta Alcides Antoniassi, 51 anos, proprietário do restaurante e presidente da Associação dos Comerciantes da Rota do Peixe.

A Emae informa que "sempre agiu de forma proativa na busca de formas de regularização da situação, transformando os invasores em inquilinos formais". A estatal acrescenta que a Promotoria Pública também concordou com a permanência dos restaurantes, desde que fosse apresentado projeto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente definindo os ajustes necessários para adequação do local e recebimento de licença ambiental. Segundo a Emae, o projeto nunca foi apresentado.

Há cerca de 20 anos, a Rota do Peixe chegou a ter 30 estabelecimentos. O imbróglio judicial já se arrasta há cerca de uma década.