Economia Titulo Estamparia e máquinas
Operários de estamparia e máquinas conquistam aumento salarial de 9,62%

Sindicato ainda negocia com empresas dos
setores de fundição, autopeças, aço e metalurgia

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
14/10/2016 | 07:17
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Divulgação


Os trabalhadores do Grupo 2 (máquinas, equipamentos e eletroeletrônicos) e de Estamparia conseguiram, ontem, a reposição da inflação em seus salários. Em assembleia, foi aprovado aumento de 9,62%, conforme o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 12 meses encerrados em agosto. O reajuste, porém, será pago em duas etapas, sendo 6,62% retroativos a 1º de setembro, data base dos metalúrgicos, e os 3% restantes a partir de 1º de fevereiro.

“Embora o pleito fosse de reposição da inflação mais aumento real, conseguimos pelo menos o INPC, ainda que em duas parcelas. E também mantivemos direitos garantidos pela convenção coletiva, que algumas empresas queriam retirar, indo na onda das mudanças trabalhistas do governo, a exemplo da estabilidade de profissionais acidentados, licença-maternidade de seis meses e auxílio-funeral”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

A base metalúrgica representada pela entidade compreende as empresas do ramo de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, e alcança em torno de 76 mil operários, sendo 46 mil nas montadoras e 30 mil nas demais empresas. As fabricantes de veículos, representadas pela Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores), desde 2012 têm seus acordos salariais negociados por companhia, e não por categoria.

Ainda estão em negociação as campanhas salariais dos empregados de Fundição, Grupo 3 (autopeças, como fabricantes de parafusos e peças, e forjaria), Grupo 8 (aço, laminação, trefilação, telecomunicação e equipamentos médicos) e Grupo 10 (pequenas empresas de metalurgia).

“Acreditamos que amanhã (hoje) conseguimos selar acordo com as firmas de Fundição, pois elas já tinham oferecido 9%. Falta pouco, portanto, para chegar aos 9,62%”, estima.

Quanto aos demais, o sindicalista assinala que a orientação é intensificar a pressão nas empresas. Até o momento, o Grupo 3 ofereceu correção de 8%. O Grupo 8, de 6%. O Grupo 10 não propôs nada. “A crise atrapalha sobremaneira o processo de negociação. Está muito complicado chegar a um acordo. Entendemos as dificuldades pelas quais passam as metalúrgicas, muitas delas, como as autopeças, alegam que não conseguem repassar os preços às montadoras. Mas precisamos conseguir pelo menos a reposição da inflação”, justifica.

SCANIA - A fabricante de caminhões de origem sueca Scania, situada em São Bernardo, é a única montadora que ainda não negociou com a entidade. Nas demais, o reajuste já está previsto em acordos firmados anteriormente, com validade para mais de um ano.

A montadora oferece reajuste de 4% a partir de janeiro de 2017, mais abono de R$ 3.200. “A empresa alega que as outras fabricantes trocaram inflação por abono, o que é verdade. Mas, para isso, ela precisa oferecer mais garantias aos trabalhadores, como estabilidade do emprego, por exemplo”, explica Marques.

Os cerca de 3.200 operários da Scania decretaram estado de greve na terça-feira. Caso não haja acordo até domingo, a produção será paralisada a partir de segunda-feira.

De acordo com a montadora, “a proposta está dentro das suas possibilidades, considerando o cenário de queda de volumes iniciado há dois anos e, agora, agravado pelo momento difícil da economia no País.”
 




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