Foi a primeira condenação pronunciada contra o "Almirante vermelho" desde a crise político-militar que abalou o país no primeiro semestre de 2002.

O ex-chefe de Estado é acusado de ter desviado 49,25 bilhões de francos malgaches (mais de US$ 7 milhões) , em junho de 2002 da filial do Banco Central em Toamasina, região considerada seu feudo, na costa leste do país, antes de exilar-se.

Foi expedido um mandado de prisão contra ele e o tribunal o declarou também "incapaz de exercer funções públicas" tendo sido condenado a pagar multa de 200 mil 'ariary' (a nova moeda malgache, US$ 150).

Blandin Razafinjato, que desempenhava na época o cargo de ministro de Finanças interino, e Ferdinand Velomita, gerente da filial do Banco Central de Madagascar, foram condenados a seis anos de trabalhos forçados e à mesma multa (200 mil ariary).

"Não apelaremos porque a decisão me parece justa", declarou à AFP Razoeliarininivo Herisoa, advogado designado para o caso, na ausência dos acusados.

Segundo Richardson Rakotomanana, presidente da associação para a promoção dos direitos humanos em Madagascar (APDH, a favor de Ratsiraka), "na época, reinava confusão de poderes em Madagascar. Estas retiradas de dinheiro foram feitas através de procedimentos regulares".

O "Almirante vermelho" dirigiu Madagascar com mão ditatorial desde 1975, excetuando-se o período entre 1991 e 1996.