Os presidenciavéis jogaram ontem, no último dia de propaganda eleitoral gratuita na televisão, as cartas que julgaram fazer a diferença para o eleitor que ainda não decidiu em quem votar amanhã.

Foram 40 minutos, sendo 20 no horário do almoço e outros 20 na faixa nobre das 20h divididos igualmente entre os candidatos. Nas duas exibições foram apresentadas ao eleitor as mesmas propagandas, sem alterações.

O tucano José Serra preferiu focar em sua biografia destacando que é pai, marido e avô dedicado, além de sua trajetória política, enquanto que no espaço de Dilma Rousseff (PT), a biografia foi a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O chefe da Nação aparece inúmeras vezes pedindo o voto para sua afilhada e ratificando que ela foi essencial para o sucesso de seu governo. "Daqui a dois meses não serei mais presidente do Brasil. Pela primeira vez após cinco eleições meu retratinho não vai estar ali (na urna), mas quando você ver o retratinho de Dilma estará votando um pouquinho em mim."

De outro lado, a propaganda de Serra ressalta que o tucano "não anda na sombra de ninguém" e, mais, faz analogia com o que há de mais popular: o futebol. "O técnico da Seleção Brasileira quando faz a escala escolhe os melhores jogadores e não os afilhados do cartola", cutucou.

Na propaganda de Dilma é exaltado seu papel de mulher. "O Brasil quer avançar com a primeira mulher presidente, olhar sensível e feminino."

No quesito propostas, Serra deu maior destaque para programas na área da Saúde como criação do genérico, mutirões, implantação de 150 policlínicas. E o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). O tucano também promete aumento de 10% para os aposentados e 1 milhão de vagas em cursos técnicos no País, entre outras.

Mas o pleiteante ao Palácio do Planalto não deixou de citar, mesmo que nas entrelinhas, o assunto aborto ao frisar a valorização da vida. "Vamos transformar o Programa Mãe Paulistana em mãe brasileira." Em outro momento diz: "O novo Brasil com a emoção do parto." No espaço da petista há destaque para o Programa Rede Cegonha. "Cuidar de cada criança dentro da barriga da mãe." Entre as promessas foram enfatizadas a criação de 6.000 creches, 2 milhões de casas e até ascensão de classe social. "Vamos levar mais gente para a classe média."

Outra estratégia utilizada pelos dois candidatos foi o Hino Nacional. Serra lançou mão do artifício no início com trecho de seu discurso no qual declamava emocionado trecho do hino, depois ao fundo de sua fala ouve-se hino instrumental e para finalizar a propaganda vários bailarinos fazem coreografia. O tucano fecha o ciclo dizendo ter fé nas cores da Bandeira Brasileira.

Dilma deu versão rock para o Hino Nacional. A ideia era atingir o público jovem. "Vamos ampliar o acesso à Educação, ProUni." Encerra propaganda com a frase: "Eu vou eleger a primeira mulher presidente do Brasil.