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DJ Carlo Dall’Anese toca na região
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
09/03/2002 | 16:36
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A música eletrônica pode não ter vingado no Grande ABC, mas a região é berço de DJs, que hoje fazem sucesso Brasil afora. O nome de maior destaque entre eles é, sem dúvida, Carlo Dall’Anese, 28 anos, de São Caetano, que comanda a pick up da casa noturna mais badalada do litoral paulista, o Sirena, em Maresias.

DJ residente do Sirena aos sábados – casa que costuma abrigar 3 mil patricinhas, mauricinhos e descolados por noite – Dall’Anese cumpre ainda uma frenética agenda de apresentações durante a semana. “Toco quase todos os dias. No próximo mês, por exemplo, estou com a agenda lotada”, diz.

Em uma dessas performances, ele volta ao Grande ABC depois de dois anos longe das casas noturnas da região. Na próxima quinta-feira (dia 14), Dall’Anese comanda a noite no Villa Jardim, em Santo André.

O DJ, também proprietário da loja de discos em 12 polegadas The B Side Music, na Galeria Ouro Fino, em São Paulo, conversou com a reportagem do Diário sobre sua carreira, a música eletrônica no Grande ABC e a agência B Side Management, criada para promover novos DJs:

Diário – Fale um pouco do início de sua carreira, no Grande ABC, e sobre como você se tornou DJ.
Carlo Dall’Anese – Em 1988, meu irmão, Cláudio, era DJ do Babaréu, uma antiga casa noturna de São Caetano. Passei a acompanhá-lo em viagens a Nova York para comprar discos e acabei pegando gosto pela coisa. Comecei a tocar com ele, no Babaréu. Ele desistiu da profissão e eu assumi seu lugar. Toquei em seguida na Sunshine, em Santo André. Minha primeira loja de discos, inclusive, eu abri em Santo André.

Diário – Hoje você divide seu tempo entre a loja, o Sirena, programas de rádio e colaboração para revistas. Como concilia tudo isso na agenda?
Dall’Anese – Durmo muito pouco, porque toco quase todo dia em São Paulo ou no interior. A residência do Sirena eu assumo aos sábados. Ainda tenho de administrar a loja e o site na internet (www.bside.com.br). Apresento um programa de rádio às quartas-feiras e escrevo para revistas especializadas. Mas faço o que gosto, me dá prazer.

Diário – Você ainda toca no Grande ABC? Como você vê a música eletrônica na região?
Dall’Anese – Faz tempo que eu não toco na região, mas sei que a música eletrônica está bem fraca no ABC. Os donos de casas noturnas não acompanharam as mudanças que aconteceram no cenário. Eles acham os cachês de bons DJs verdadeiros absurdos e a maioria dos profissionais de destaque migrou para São Paulo, onde o retorno é maior. E também porque as grandes casas noturnas da região não aconteceram, como a Sunshine. Mas volto a tocar em Santo André, nos dias 14 e 28 deste mês, depois de dois anos afastado.

Diário – Onde você costuma pesquisar as novidades que mostra para o público?
Dall’Anese – Boa parte dos discos que uso nos sets são da minha loja, que mantém um processo de importação regular. Tenho distribuidores de Nova York e amigos em tudo quanto é canto do mundo que me enviam discos e informações. Também sou fanático por revistas especializadas, leio muito as gringas.

Diário – Em quais DJs estrangeiros você se espelha, e quais brasileiros merecem destaque na cena atual?
Dall’Anese – Entre os gringos, sou fã do Danny Denaglia. Mas admiro o Sasha, o Bush Wacka e o Hernan Cattaneo. Entre os brasileiros, não há como não citar o Marky, não tem como não gostar dele. Gosto do trabalho do Anderson Noise. E há ótimas promessas, como o DJ Mora, residente do Anzu, em Itu, e o “Ice Man” Ricardo Coppini, produtor veterano da região.

Diário – Falando em promessas, como funciona sua agência de DJs?
Dall’Anese – Começou por acaso. Como minha agenda é muito cheia, comecei a passar trabalhos para pessoas que eu gosto, meus amigos. Um DJ não tem visão comercial e às vezes não aproveita oportunidades. Com a agência, indicamos trabalhos e fazemos uma boa divulgação. Nossa lista de DJs é formada tanto por veteranos, como o Vadão e o Paulo Couto, quanto por novatos, como o Alex Torres.




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