Não é exatamente a briga pela qual torcida, diretoria, comissão técnica e jogadores do Santo André esperavam, sobretudo após o vice-campeonato paulista. Mas hoje à noite (21h), no Estádio Bruno Daniel, o Ramalhão recebe o Duque de Caxias, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, e ambas as equipes lutam para fugir da zona de rebaixamento. Isso, com certeza, dará tempero todo especial ao confronto.

Na 16ª colocação (sete pontos), o Santo André quer fazer a lição de casa para não entrar no grupo dos quatro últimos colocados. Já os cariocas, uma posição atrás (seis), viajaram em busca dos três pontos, que os tira da zona da degola e coloca justamente o adversário. Ou seja, clima de decisão e guerra.

"Com certeza vai ser jogo decidido na raça. Mas dentro de casa temos de aproveitar. Trabalhamos bem nesses dias e agora é fazer uma boa partida para reencontrarmos as vitórias", comentou o zagueiro Toninho. O Ramalhão não vence há duas rodadas, desde que bateu o Vila Nova, por 3 a 0, fora de casa.

E mais do que reencontrar os triunfos, o Santo André visa conquistar um resultado positivo diante de sua torcida, fato que ainda não aconteceu nesta Série B - e não ocorre desde 25 de março, quando venceu o Monte Azul, pela 16ª rodada do Paulistão (3 a 0). "Temos de ter ofensividade total, agredir e encurralar o adversário no campo deles. É a hora de se impor em casa, onde temos deixado a desejar. Não há mais tempo a perder", comentou Júlio César.

"Só o fato de jogar em casa já nos coloca em situação de buscar o gol. A semelhança entre as equipes na tabela é maus uma motivação para ambas. O adversário mudou bastante (durante a parada para a Copa) e se qualificou, o que mostra o equilíbrio do campeonato. Sabemos das dificuldades que temos, mas quando tivermos chances será hora de encaixar nosso jogo para melhorarmos na competição", disse o técnico Sérgio Soares.

O treinador não poderá contar com a dupla de volante titulares, Alê (suspenso) e Gil (machucado). O reserva Marcelinho também sentiu lesão muscular na coxa direita no clássico contra o São Caetano e ficará fora. Assim, Wendel e Peterson devem jogar. Júlio César e Toninho retornam e recompõem o sistema defensivo. Nas demais posições, a equipe deve ser a mesma.

Carioca, atacante Anderson Costa reencontra amigos
Recém-chegado ao Santo André, o carioca Anderson Costa estreou pelo clube no clássico contra o São Caetano e, apesar da derrota por 3 a 2, marcou o segundo gol andreense. Para recuperar os pontos no duelo de hoje, o jogador reencontrará alguns conhecidos da equipe do Duque de Caxias.

"Tenho alguns amigos por lá. Eles se reforçaram bastante, grande parte do elenco que disputou o Carioca pelo Boavista foi para lá e formaram uma boa equipe", explicou Anderson Costa. "Mas o Santo André tem tudo para fazer um bom jogo, até porque joga em casa e precisa da vitória."

Novidades - No treino de ontem, três caras novas chamaram a atenção: o goleiro Gustavo, ex-Juventus (que já passou pela base andreense e é filho do ex-técnico do Ramalhão Luiz Carlos Ferreira), o zagueiro João Paulo, ex-futebol português, e o volante Walker, ex-Rio Claro. "Eles estão acertados verbalmente, mas ainda faltam os exames médicos para serem apresentados oficialmente", explicou o diretor de futebol Juraci Catarino.

Júlio César e Toninho voltam à zaga
O sistema defensivo do Santo André levou 16 gols nos últimos seis jogos. Dessa forma, o Ramalhão tem a pior defesa da Série B, com 18 sofridos, ao lado justamente de Duque de Caxias, América-RN, Ipatinga e Vila Nova, as quatro equipes que integram a zona de rebaixamento. Para tentar não ser vazado na partida de hoje, o time tem os retornos do goleiro Júlio César, que volta de suspensão, e do zagueiro Toninho, recuperado de lesão que o afastou por dois meses.

Mas não bastasse o fato de ter uma das zagas mais superadas, o Santo André terá pela frente o goleador Somália, que estreou pelo Duque de Caxias na rodada passada, diante da Portuguesa, e marcou os três gols da vitória por 3 a 2 sobre a Portuguesa, o que gera preocupação nos andreenses.

"É um jogador que fez história no São Caetano (artilheiro do Paulistão 2007, com 13 gols) e que exige atenção por onde cair. Com ele não se pode vacilar, porque qualquer erro custa caro", explicou Júlio César, que recupera a tarja de capitão com o retorno. "Ele é bom jogador e merece atenção. Não só ele como todos seus companheiros de ataque", emendou Toninho.