Eleições 2016 Titulo Santo André
Prefeituráveis buscam soluções para falta d'água
Marília Montich
Do Diário OnLine
28/09/2016 | 11:22
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Marina Brandão/DGABC


A falta d´água tornou-se problema recorrente para a população de Santo André, que chega a ficar mais de uma semana sem o abastecimento em algumas localidades. Paralelamente, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) alega que a Prefeitura tem uma dívida de R$ 3,2 bilhões com a estatal. Perguntamos como os prefeituráveis pretendem resolver esse imbróglio e outras questões relacionadas que possam estar impedindo a normalização do serviço.

O atual prefeito e candidato à reeleição pelo PT, Carlos Grana, disse que todos os esforços de sua gestão garantiram que o morador de Santo André pagasse o preço justo pela água. “Nossa tarifa é a mais baixa da Grande São Paulo e o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) questiona na Justiça e no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) o valor cobrado pela Sabesp para o fornecimento da água. Se Santo André pagar o valor cobrado pela Sabesp, ele terá que ser repassado aos moradores. Isso significa que a nossa conta de água dobraria”, explicou. A atual Administração não acredita que a baixa adução de água para a cidade tenha ligação com os processos judiciais, e sim com a crise hídrica na Região Metropolitana de São Paulo. “Apesar de o governo do Estado ter anunciado o fim da crise em 2016, a verdade é que Santo André não voltou a receber o mesmo volume de água que recebia antes.”

Grana listou ainda algumas intervenções realizadas em seu governo, como a construção da adutora de 300 mm de diâmetro no Parque Erasmo Assunção, e citou projeto já aprovado pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de outra adutora, que vai ajudar a levar água do reservatório Paraíso, onde chega a água da Billings, para os bairros do 2º Subdistrito.

Aidan Ravin (PSB) disse que a falta d´água no município não se dá essencialmente devido à dívida, mas sim pela má administração. “Falta organização. Há bairros que ficam dias sem o fornecimento, outros durante o dia e retorna no período da noite, mas, em seguida, se interrompe o fornecimento e a conta vem mais cara. Vamos negociar a dívida com a Sabesp e realizar uma avaliação desta trágica situação. O cidadão de Santo André merece respeito.”

Candidato pelo PSDB, Paulinho Serra também afirmou que o real motivo do problema é a má gestão. “Como prefeito, além de retomar o investimento, criarei no primeiro dia de governo uma comissão mista de técnicos do Semasa em parceria com técnicos da Sabesp para equacionarmos a dívida e também as questões operacionais. Os dois últimos modelos de gestão não funcionaram. Um problema jurídico não pode ser colocado na frente de um serviço. Não podemos mais ficar transferindo a responsabilidade ao invés de resolver e enfrentar o problema”, ponderou o tucano.

Ailton Lima (SD) disse que pretende realizar levantamento de dados e análise profunda sobre o cenário do endividamento com a SABESP. “Visto que há poucas fontes com informações consistentes e confiáveis disponíveis sobre o tema, deverão ser adotadas medidas conciliadoras e um plano de ação viável para a questão junto a Sabesp deve ser estabelecido. Esperamos, com isso, trazer o abastecimento a níveis de antes do racionamento. Queremos ampliar a captação própria e tratamento da água que hoje está em apenas 6%, o que é possível com as obras da Estação Pedroso.”

Raimundo Salles, do PPS, afirmou que a falta d'água está vinculada a dois problemas: adensamento populacional em diversas áreas da cidade em que casas antigas foram demolidas, dando espaço para construção de unidades habitacionais, e a falta de investimentos em sistemas troncos. “Entendo que a discussão sobre novos investimentos tanto da Sabesp quanto do Semasa passa por rediscutir o papel e a função e a vocação dessa própria autarquia.”

O postulante pelo Psol, Ricardo Alvarez, disse que não concorda com o monopólio da distribuição de água em São Paulo desejada pela Sabesp. “É uma pendência entre duas esferas do poder (Estadual e Municipal) e deve ser resolvida em uma mesa de negociações. É mais prático e inteligente. O governo do Estado deve ser responsabilizado pelo desabastecimento, que, de resto, não acontece somente em Santo André.”

Já Rafael Daniel (PMDB) assegurou que o real cenário somente será conhecido quando caso assuma o Paço. “Uma das primeiras ações será colocar a estação de tratamento de água em funcionamento, onde trataremos a água vinda da Billings, ampliando para 30% produção própria de água na cidade. Outros recursos como construção de poços artesianos, plano diretor de drenagem e proteção às áreas mananciais também serão prioridade”, prometeu. 




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