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Vítimas de assalto em agência do BB protestam no Rio
Do Diário do Grande ABC
26/01/2000 | 17:19
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Donos de cofres arrombados de uma agência do Banco do Brasil, no Rio, fizeram nesta quarta-feira, oito meses após o crime, uma manifestaçao em frente à sede da entidade, no centro, para protestar contra a recusa do banco em se responsabilizar pelo assalto. Um grupo de 12 assaltantes levou dos cofres do BB cerca de R$ 20 milhoes. Segundo os clientes, na maioria idosos que guardavam nos cofres jóias de família e economias de muitos anos, o banco vem tentando transferir a culpa para as firmas de segurança responsáveis pelos cofres.

Em novembro do ano passado, a Associaçao dos Locatários Vítimas do Arrombamento de Cofres do BB ingressou com uma açao coletiva visando reconhecer a responsabilidade da entidade pelo roubo de seus bens. Ainda de acordo com as vítimas, o banco se defende dizendo que o assalto foi "um caso de força maior". Nesta quarta-feira, a agência bancária informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que vai negociar com cada um dos donos dos cofres roubados - que entraram na Justiça ou nao - em reunioes separadas, com datas a ser estipuladas.

Segundo a associaçao, por seis meses foi tentada uma negociaçao 'amigável' junto à diretoria do banco. Para a advogada Elizabeth Aguiar, presidente da associaçao, o banco está tratando a questao com descaso. "Desde o assalto nao foi tomada atitude alguma para nos ressarcir", afirmou Elizabeth, que acusa a entidade de tentar se eximir da culpa. "Confiamos na instituiçao e tivemos nossos bens roubados; agora queremos Justiça". Ela acredita que a sentença da açao saia até março.

Desolaçao - O casal de italianos Ida e Giuliano Priami, respectivamente 71 e 76 anos, que perdeu jóias datadas do século passado, se diz desolado com o que chamam de "total falta de consideraçao" que o banco tem dispensado às vítimas. "Nossos pertences resistiram a duas guerras mundiais e foram roubados logo em um local considerado muito seguro", disse Ida. "Estamos velhos e, se ficarmos doentes, nao teremos mais recursos para nos tratar", lamentou o marido.

O caso está registrado na Delegacia de Roubos e Furtos, que já efetuou a prisao de um dos ladroes. Os demais continuam em liberdade. A ousadia da quadrilha e a falhas na segurança chamaram a atençao da polícia. Os bandidos entraram na agência por volta das 8h do dia 16 de maio de 1999, depois de dominar 30 pessoas, entre seguranças e funcionários. Com a ajuda de maçaricos e pés-de-cabra, arrombaram 156 dos 2.199 cofres de aluguel do banco, que ficam no 6º andar do prédio, numa operaçao que durou sete horas.




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