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EUA recrutam ex-agentes iraquianos para combater atentados
Da AFP
04/09/2003 | 13:08
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A coalizão anglo-americana está recrutando ex-agentes dos serviços de inteligência iraquianos para compensar sua falta de informação sobre grupos islâmicos estrangeiros e partidários do deposto presidente Saddam Hussein, segundo um partido iraquiano pró-americano.

"Começaram a recrutar veteranos do Mujabarat (serviço de inteligência em árabe), afirmou Ali Abdelamir, porta-voz do Acordo Nacional Iraquiano, do ministro do Interior do novo governo iraquiano, Nuri Badran, e que mantém um relacionamento longo com círculos militares americanos.

"Muitos são ex-agentes de inteligência que partiram para o exílio, mas outros foram recrutados do ex-regime, mas entre aqueles que provaram que não cometeram violações dos direitos do povo iraquiano", acrescentou.

A coalizão encontrou principalmente agentes encarregados de espionar a Síria e o Irã durante o regime de Saddam Hussein, para conter o fluxo de muçulmanos estrangeiros suspeitos de agirem ao lado de partidários do antigo regime para realizar a série de atentados que tem atingido o Iraque nas últimas semanas, informou Abdelamir.

Questionadas sobre o assunto, as forças de ocupação não se pronunciaram sobre um eventual recrutamento de agentes dos serviços secretos rechaçados pela população.

"Não fazemos nenhum comentário sobre as questões de inteligência", declarou um porta-voz da coalizão,, Nahid Mehta.

Antes do atentado de Nayaf, que matou 83 pessoas em 29 de agosto passado, o comandante das tropas americanas no Iraque, o general Ricardo Sánchez, havia assegurado "que não estava envolvido na contratação dos ex-integrantes dos serviços de inteligência iraquianos".

"Isto não será incluído em nenhum futuro serviço de inteligência no Iraque", acrescentou, sem se mostrar igualmente categórico sobre um eventual recrutamento efetuado por outro componente da coalizão.

Apesar disso, o general Sánchez e o administrador americano no Iraque, Paul Bremer, afirmaram várias vezes sobre a importância da colheta de informações depois de três atentados muito sangrentos nas últimas três semanas.

O serviço de inteligência americana no Iraque se envolve essencialmente nas operações militares e nas informações oferecidas espontaneamente, sem uma verdadeira organização.

O recrutamento de ex-agentes teria começado antes da onda de atentados, mas depois adquiriu um caráter de urgência, disse Abdelamir. "Agora que há sinais tão evidentes de relações entre os partidários de Saddam e a Al-Qaeda, é um momento crucial para os americanos no Iraque", acrescentou, considerando como positiva a mudança, após o desmantelamento do aparelho de segurança iraquiana mediante uma série de decretos de Paul Bremer emitidos em maio pasado.




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