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Seqüestradores libertam Gonçalo Matarazzo e engenheiro
Do Diário do Grande ABC
10/03/2000 | 17:19
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O garoto Gonçalo Matarazzo, 12 anos, filho do empresário Luis André Matarazzo, que havia sido seqüestrado no domingo, foi libertado na madrugada desta sexta-feira, após a família pagar resgate de R$ 100 mil. O engenheiro eletrônico Saul Celso Augusto, seqüestrado pela mesma quadrilha na segunda, também foi libertado mediante pagamento de R$ 100 mil. Até o início da tarde, a polícia ainda nao tinha pistas dos criminosos.

Além dos R$ 100 mil exigidos para a libertaçao de seu filho, o empresário Luiz André Matarazzo teve de conseguir outros R$ 60 mil. A quantia foi necessária para completar os outros R$ 100 mil exigidos pelos seqüestradores para libertar o engenheiro Saul Augusto, pois a família nao dispunha do total pedido de resgate. Segundo a polícia, os criminosos exigiram o pagamento simultâneo para libertar as vítimas.

O delegado seccional da Polícia Civil em Campinas, Djahy Tucci Júnior, disse que as duas vítimas "estao íntegras e passam bem". Por exigência dos seqüestradores, a polícia acompanhou o caso de longe. Até o momento, o garoto e o engenheiro ainda nao prestaram depoimento. "Estamos esperando que eles se recuperem do trauma para podermos ouvi-los", disse o delegado.

O pagamento para libertaçao das vítimas foi efetuado por volta das 23h desta quinta. O dinheiro foi entregue por um emissário da família Matarazzo, num pesqueiro a sete quilômetros da casa do empresário. O local, que fica na divisa entre os municípios de Indaiatuba e Monte Mor, serviu como um dos locais de cativeiro. A polícia suspeita que nos cinco dias de seqüestro os criminosos mudaram várias vezes de lugar. As vítimas foram deixadas por volta da 1h30 numa estrada próxima a um matagal.

O pesqueiro usado pelos seqüestradores como cativeiro para Gonçalo Matarazzo e o engenheiro eletrônico Saul Augusto foi alugado pouco antes do carnaval por três homens e uma mulher. Vizinhos informaram que o grupo deixou o local às pressas quinta-feira, por volta das 22h30.

A movimentaçao na casa do empresário, que fica no bairro Helvétia, em Indaiatuba, ainda é grande. Jornalistas esperam, desde a madrugada, pela chegada do garoto, mas até o início da tarde ele continua em companhia de parentes, em local ignorado. Empregados da família disseram que os pais estao sob efeito de tranqüilizantes. "Foram momentos muito difíceis", disse um dos funcionários.

Seqüestro - Matarazzo e o filho foram seqüestrados por volta das 17h de domingo, quando se dirigiam ao Helvetia Country Club, em Indaiatuba, onde pretendiam jogar polo. O carro em que os dois estavam, um Passat importado, foi interceptado por três homens fortemente armados, a poucos quilômetros do clube, na Estrada do Fogueteiro. O veículo foi encontrado horas depois no bairro Monte Cristo, periferia de Campinas.

O empresário, que é primo do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), foi libertado na segunda-feira, sob a condiçao de conseguir o dinheiro para resgatar o filho. Antes de ser solto, porém, Matarazzo levou um tiro na coxa e assistiu à chegada de mais um refém no local do cativeiro. O engenheiro eletrônico Saul Celso Augusto, de 36 anos, morador de Campinas, foi capturado quando transitava pela SP-101, que liga Campinas a Capivari.

Augusto teve sua caminhonete interceptada por um Versalles de cor escura próximo ao município de Monte-Mor. Com o engenheiro, estavam sua esposa, Viviane, e o filho do casal, um bebê de três meses. Um dos criminosos, armado com uma metralhadora, obrigou Augusto a entrar no porta malas do Versalles e ordenou a mulher a deixar o local. Assustada, ela seguiu até Monte-Mor, onde comunicou o seqüestro à polícia.

Antes de ser libertado, Matarazzo foi incumbido de comunicar à família de Augusto que também deveria pagar R$ 100 mil para resgatar o engenheiro. Esse ano, já ocorreram seis seqüestros na regiao de Campinas. Os números confirmam as suspeitas da polícia, de que quadrilhas especializadas montaram suas bases na cidade. Desde 1987, quando foi notificado o primeiro caso de seqüestro na regiao, já ocorreram 24 crimes do gênero na regiao.




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