A ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou nesta segunda-feira que o ataque com carro-bomba contra a rede colombiana de comunicação RCN, que deixou dois feridos e cuja autoria foi reivindicada pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) evidencia "o desrespeito lamentável" da guerrilha pela liberdade de expressão e pelos direitos humanos.

Em uma nota, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Colômbia se pronunciou sobre o comunicado do grupo rebelde no domingo, que admite a responsabilidade das Farc no atentado cometido há oito dias na cidade de Cali (sudoeste).

"O reconhecimento da autoria do atentado por parte das Farc é uma demonstração lamentável da falta de respeito pela liberdade de expressão e pelos direitos humanos internacionais. O departamento já havia condenado este atentado no dia 24 de fevereiro", afirma a declaração.

Segundo a ONU, as Farc têm que respeitar os civis, "sejam qual for suas opiniões e expressões". "O departamento também reitera às Farc que a liberdade de expressão é um direito fundamental de todas as pessoas e não pode ser desrespeitado", afirma o comunicado.

Ao assumir a responsabilidade do ataque contra a RCN, o grupo rebelde acusou a rede de rádio e TV de "tomar parte ativa no conflito", transmitindo comunicados oficiais contra a guerrilha. "Também se tornou repetidora da propaganda negra do Exército e meio oficioso do Palácio de Nariño (Casa de Governo)", afirmaram os rebeldes na nota, datada de 24 de fevereiro.

As Farc acrescentaram que sua "organização respeita as opiniões e o esforço dos jornalistas da RCN, mas "rejeita a estratégia de seus proprietários de atentar contra o direito à boa informação".