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Correios quer retomar clientes de peso dos franqueados
Da ABr
13/08/2010 | 07:10
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A ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) quer retomar o "filé" do serviço de encomendas para clientes de peso, como bancos e operadoras de telefonia, que paulatinamente foi parar nas mãos dos franqueados. São pelo menos R$ 1,5 bilhão que estão em jogo, razão pela qual os Correios querem tirar das franquias esses clientes, considerados "estratégicos" pela estatal.

Essa é a verdadeira guerra deflagrada entre a ECT e franqueados, que tem como ápice a redução da tabela de remuneração dos atuais 40% a 10% - quanto maior o volume, menor a comissão - para 29% a 5%, conforme previsto no edital de licitação, alvo de diversas ações na Justiça por parte dos franqueados. "Eles, logicamente, têm medo de perder o negócio. No início, nós ficávamos dependentes deles", disse o presidente dos Correios, David José de Matos.

Segundo Matos, ao longo do tempo, os franqueados passaram a fazer uma concorrência "predatória" com a estatal. "Eles prospectavam grandes clientes e se ofereciam para fazer toda a pré-postagem. Diziam: eu tiro do meu lucro, empacoto para você, e em vez de levar para os Correios, você traz para mim (o franqueado). E eles faturavam em cima disso", afirmou. Matos observa que essa estratégia culminou por "roubar" dos Correios clientes estratégicos, por "concorrência desleal".

Segundo Ronaldo Takahashi, diretor comercial da ECT, dos 76 mil contratos de prestação de serviço firmados com a estatal, 23 mil estão nas mãos de franqueados, sendo que 170 deles representam uma receita de R$ 1,5 bilhão. E são esses clientes que os Correios querem retomar.

"Esse novo modelo, até por força da Portaria 400, que foi publicada pelo Ministério das Comunicações em junho de 2009, restringe clientes estratégicos (às franquias). Por que restringe? Não teria sentido isso, e fez até parte do relatório da CPMI dos correios, em 2005, onde está claro que cliente estratégico não pode permanecer sob poder de agência franqueada. Tem que ser em rede própria", enfatizou Takahashi.




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