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Orquestra tem novo projeto com Júlio Medaglia
Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
23/03/2010 | 07:00
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Depois de cerca de oito meses de incertezas e silêncio, a orquestra de São Bernardo dá novo sinal de vida. E com boa notícia: o próximo regente-titular será o maestro paulistano Júlio Medaglia. Outro detalhe é que a formação poderá mudar sua denominação, de Filarmônica para Sinfônica.

O início dos trabalhos está previsto para o segundo semestre, pois o projeto que define a nova forma de administração da orquestra ainda depende de aprovação na Câmara. Será criada a Fundação Pierino Massenzi, com função de gerir o complexo do antigo estúdio Vera Cruz e os futuros centros livres de artes.

Medaglia deverá ser o coordenador do Centro Livre de Música, que terá a orquestra além de bandas Mirim, Jovem e Sinfônica. "É um projeto totalmente novo, com uma orquestra de nível internacional somada a outras funções, como criar uma geração de músicos na cidade e levar a música para crianças da periferia", afirma o maestro.

Para o secretário de Cultura de São Bernardo, Leopoldo Nunes, o momento é de comemorar a presença de um nome importante para estar à frente do trabalho. "Júlio Medaglia e Rogério Duprat são talvez dois dos maiores representantes da música sinfônica e popular. O importante agora é que ele (Medaglia) topou o que propusemos e podemos cuidar da estruturação do projeto", comenta o secretário.

A denominação da orquestra deve mudar. "Hoje falamos em Sinfônica, mas não há uma definição. Pensamos em uma composição básica de 48 músicos", explica Nunes.

Segundo Medaglia, a formação vai se dedicar ao erudito e popular. "Vamos trazer o melhor do clássico existente e manter relação com a música popular brasileira, que anda meio abandonada pelos meios de comunicação", adianta o maestro. A estreia - ou reestreia - está programada para o aniversário da cidade, no dia 20 de agosto.

GESTÃO E MÚSICOS - Com a criação da Fundação Pierino Massenzi, a orquestra passará a ter nova forma de gestão. A Filarmônica funcionou de 2000 a 2009 por meio de convênio com a ONG Sociedade Amigos da Arte, que recebia repasse de R$ 1,5 milhão por ano da administração. "Queremos um corpo mais estável. Temos exemplos em todo o Estado que essa parceria entre Executivo e ONGs dá problemas", afirma o secretário de Cultura.

O orçamento da nova orquestra é outro ponto ainda não definido. "O que posso adiantar é que tudo será feito por meio da Lei Rouanet, com toda a transparência sobre os valores investidos", diz Nunes.

Por ser um novo projeto, os músicos da Filarmônica que funcionou até o ano passado não estão garantidos. "Será feita seleção", confirma o secretário, que lembra que a antiga formação "tinha excelentes músicos".

Júlio Medaglia afirma que os chefes de naipe deverão morar e dar aulas na cidade. "E a orquestra será completada com músicos da melhor qualidade", garante.




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