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Apenas 7,7% são aprovados no Exame da OAB
Fábio Munhoz
07/12/2010 | 07:11
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O Grande ABC terá mais 118 novos advogados, que foram aprovados no segundo Exame de Ordem do ano. O número representa apenas 7,7% do total de 1.527 inscritos no concurso. A lista final foi divulgada ontem pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Especialistas consultados pelo Diário atribuíram o baixo número de aprovações às deficiências nas faculdades de Direito. As principais críticas estão relacionadas ao baixo estímulo às atividades práticas e à falta de embasamento teórico e cultural dos alunos.

"As universidades deveriam se preocupar mais com a prática processual. Os alunos deveriam conhecer melhor as necessidades da profissão. O estágio é fundamental para isso", avaliou o presidente da OAB de Santo André, Fábio Picarelli. O advogado esperava índice de aprovação em torno de 15% a 20%.

O presidente da seccional São Caetano da Ordem, Adilson Paulo Dias, considerou o resultado "muito aquém do que deveria ser". Na opinião do especialista, o problema do curso superior é mais grave nas instituições privadas. "Os professores deveriam apertar um pouco mais. Deveriam exigir mais", avaliou.

Apesar de criticar as falhas no ensino da profissão, Dias considera que a origem do problema é anterior à escolha da carreira. "O preparo já vem fraco desde a raiz, desde lá debaixo. As falhas começam nos ensinos Fundamental e Médio."

Já o presidente da OAB de Mauá, Roberto Carlos Ortiz, salientou que as faculdades deveriam estimular o debate e a reflexão dos assuntos ligados ao Direito. "Deveria ter mais instruções sobre Filosofia, Psicologia e Direito, que são disciplinas que estimulam o aluno a pensar e raciocinar."

Ortiz defendeu ainda que as instituições tenham mais atenção quanto à capacitação do corpo docente. "As faculdades e universidades têm de investir mais na formação e na reciclagem dos professores".

"Outro problema é a dinâmica das aulas. Tem de haver novas técnicas de ensino. O aluno não pode mais ser reduzido a mero espectador. Não pode haver um monólogo", acrescentou Ortiz, salientando a importância da Comunicação na preparação dos formandos.




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