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Mauá quer tirar propaganda irregular das ruas
Maurílio de Sousa
Do Diário do Grande ABC
10/03/2001 | 18:29
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  “Superpromoção de verão: medicamentos com até 35% de desconto”. “Compre hoje e pague com cheque para o dia 10 de maio”. “Oferta maluca: miolo de acém com osso, R$ 2,69”. Essas são algumas das propagandas do comércio de Mauá em cartazes, faixas, placas e letreiros irregulares que a Prefeitura pretende retirar das ruas e postes, com a campanha de combate à poluição visual da cidade, iniciada no último dia 8. O objetivo da operação, que inicialmente vai orientar os comerciantes, é garantir a segurança de pedestres e motoristas, além de acabar com a poluição visual.

Segundo informou a assessoria de imprensa da Prefeitura, a campanha iria começar na manhã do dia 7, pela avenida Presidente Castelo Branco, mas foi interrompida porque os agentes municipais de trânsito, que acompanham os fiscais, tiveram de atender a ocorrências de trânsito.

O diretor de Transporte e Trânsito de Mauá, Renato Moreira, garantiu que a fiscalização agora será constante. “É preciso que os donos de estabelecimentos se conscientizem de que devem deixar a calçada livre.” Segundo ele, o trabalho dos fiscais é dividido em duas etapas. A primeira vai advertir os comerciantes sobre os riscos da propaganda deixada na rua. Se não funcionar, a Prefeitura começará a multar.

Duas equipes formadas por dois fiscais e dois agentes de trânsito vão fiscalizar os principais corredores de trânsito. Entre eles as avenidas Barão de Mauá, Itapark, Dom José Gaspar, Ricardo Nali, Oscarito, Capitão João, Benedito Francisco da Veiga e Manoel de Nóbrega, além de outras vias de grande movimento.

Moreira disse que a ação dos fiscais está baseada no novo Código de Trânsito Brasileiro, que diz que podem ser retirados das vias públicas objetos que prejudiquem a visualização da sinalização. A lei municipal prevê multas de até 100 FMP (Fator Monetário Padrão), equivalente a R$ 116.

Para o diretor, a retirada dos cartazes publicitários vai tornar as vias mais seguras. “Com as calçadas livres, evitamos que o pedestre caminhe pelas ruas, e que o motorista se distraia com a poluição visual.”

A maioria dos comerciantes é contra a retirada das propagandas da avenida. Eles acreditam que isso vai diminuir a clientela. “Isso vai nos prejudicar, porque os fregueses entram atraídos pelo preço que colocamos nos cartazes”, disse Márcia Regina Santiago, 35 anos, dona de um açougue na avenida Presidente Castelo Branco, no Jardim Zaíra.

“A Prefeitura deveria se preocupar com coisas mais importantes. Em vez de cuidar da avenida (Castelo Branco) e da segurança, eles preferem fazer essa fiscalização”, reclamou Raul Sardi Domingues, 17, balconista de uma loja de artigos religiosos na mesma avenida.

Os pedestres, porém, são a favor de uma fiscalização rigorosa, porque acreditam que isso vai deixar o município com uma aparência melhor. “As propagandas deveriam ser mais discretas”, afirmou a assistente social Márcia de Oliveira, 37. “É tanta coisa (propaganda) que não dá para distinguir”, disse o estudante Wilson Nogueira da Silva, 21.




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