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Nesta terça-feira, a idealizadora do pavilhao, Bia Lessa, reagiu à suspensao do pagamento de R$ 2,4 milhoes da última parcela do contrato com o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) com a empresa Artplan, encarregada da organizaçao do evento. O contrato foi assinado sem licitaçao.
"O corte vai afetar a manutençao das instalaçoes que estarao em funcionamento durante os cinco meses da Expo." Segundo ela, "essa exposiçao tem começo, meio e fim e manutençao é fundamental". E acrescentou: "Se isso acontecer, (o trabalho) pode degringolar".
Nesta terça-feira, o ministro Cesário Melantônio, coordenador do pavilhao brasileiro, nao soube detalhar onde os recursos foram aplicados até agora e nem explicar por que a quantia inicial estimada para os gastos foi de R$ 14,1 milhoes.
De acordo com o ministro, gastos de US$ 10 milhoes com o pavilhao sao considerados "aceitáveis". Só que pelas suas próprias contas, esse valor já foi ultrapassado e ele admite que podem até aumentar.
O presidente da Embratur, Caio Luiz de Carvalho, confirmou que o pagamento dos R$ 2,4 milhoes foi suspenso, mas explicou que isso foi feito para dar total liberdade ao Ministério Público verificar a correçao dos gastos. Ele afirmou que nao há suspeita com relaçao à Artplan, e que a medida estava sendo adotada para dar maior transparência ao processo.
Carvalho admitiu que a Artplan foi contratada sem licitaçao porque, quando a Embratur foi incorporada ao grupo organizador do evento, já era fevereiro e nao haveria tempo hábil para fazer uma licitaçao. O ministro Cesário Melantônio negou que o Itamaraty tivesse perdido os prazos para contratar uma empresa e encarregá-la de montar o pavilhao.
A Artplan divulgou uma nota na qual esclarece que seu contrato com a Embratur, que envolve a divulgaçao do Brasil no exterior, já prevê a organizaçao de eventos internacionais. Ela diz que foi convidada a prestar o serviço a apenas dez dias da data-limite para o início das obras e que só aceitou a tarefa depois de obter pareceres favoráveis da procuradoria-geral e da auditoria interna da Embratur.
O uso de verba pública para montar o pavilhao nao é comum a todos os países. Melantônio disse que os Estados Unidos nao estao participando da Expo 2000 porque as empresas americanas nao aceitaram financiar o pavilhao.
Ele informou, ainda, que o Brasil alugou uma área de 2.000 metros quadrados porque a Argentina havia feito o mesmo. A área-padrao, utilizada por diversos países, é de 1.000 metros quadrados.
Melantônio informou que R$ 13,337 milhoes sao destinados à Evidência, empresa portuguesa contratada sem concorrência pela Artplan para executar o projeto, e R$ 582 mil para a produtora de Bia Lessa, responsável pela criaçao artística do pavilhao.
Artplan, Evidência e Bia Lessa foram escolhidos para desenvolver seus trabalhos, por suas notórias especializaçoes. Acrescidos a esses números estao US$ 1,3 milhao (cerca de R$ 2,5 milhoes) referente ao aluguel do espaço físico na Expo 2000 e R$ 2,2 milhoes para os eventos culturais, totalizando R$ 18,8 milhoes.
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