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Projetos de urbanização do ABC ganham o mundo
Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
25/08/2002 | 18:50
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O programa de urbanização da favela Sacadura Cabral, em Santo André, foi escolhido como uma das dez melhores iniciativas urbanísticas do mundo na Premiação Internacional de Dubai, nos Emirados Árabes, promovida pelo Centro das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, o Habitat. O programa implementado nas favelas Vila Carminha e Detroit, em São Bernardo, ficou entre os 100 melhores projetos indicados para a premiação, que será entregue em outubro.

O núcleo Sacadura Cabral, como os moradores agora fazem questão de chamar a antiga favela, recebeu obras de infra-estrutura (água, luz e esgoto), drenagem e arruamento. Com uma disposição caótica do ponto de vista urbanístico, a favela era cortada por vielas estreitas e os barracos se amontoavam uns sobre os outros. Hoje, as ruas permitem a circulação de veículos pelo novo bairro.

A área foi dividida em lotes para que os moradores, cerca de 3 mil pessoas, erguessem suas casas dentro dos padrões do município. A urbanização deverá estar totalmente concluída no início do próximo ano (ver mapa). O núcleo contará também com um centro comunitário, além de prédios de negócios que abrigarão estabelecimentos comerciais dos moradores e de outros bairros.

Segundo a secretária de Inclusão Social e Habitação de Santo André, Miriam Belchior, o programa da Sacadura Cabral – que já havia sido premiado na Conferência Istambul +5, na Turquia, há dois anos – foi escolhido porque trabalha os aspectos urbanísticos, sociais e econômicos simultaneamente. “Não implementamos o programa em etapas, mas enfrentamos os problemas de exclusão desde o início”, disse. Além da urbanização, os moradores contam com programas de renda mínima, saúde da família, alfabetização de jovens e adultos e cursos profissionalizantes.

Auto-estima – O núcleo Vila Carminha/Detroit, em São Bernardo, já está completamente urbanizado. Como fica em região de mananciais, as ruas foram cobertas com asfalto ecológico, e as calçadas são uma mescla de concreto e grama, para facilitar a permeabilidade do solo. Uma área de barranco, antes considerada de risco, recebeu obras de contenção e permitiu que o local acomodasse mais famílias em segurança.

A área também recebeu obras de infra-estrutura, canalização de córrego, troca do solo (que não tinha boa sedimentação) e arruamento. A Prefeitura forneceu o material para a construção dos embriões das moradias, compostas por um quarto e banheiro. Os 622 embriões foram feitos em regime de mutirão, e os moradores podem ampliá-los de acordo com suas possibilidades.

O secretário de Habitação e Meio Ambiente de São Bernardo, Osmar Mendonça, acredita que a urbanização resgatou a auto-estima dos moradores. “Não é mais uma favela, mas um bairro. A intervenção física é o começo da integração dos moradores ao restante da cidade”, disse.




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