O núcleo Sacadura Cabral, como os moradores agora fazem questão de chamar a antiga favela, recebeu obras de infra-estrutura (água, luz e esgoto), drenagem e arruamento. Com uma disposição caótica do ponto de vista urbanístico, a favela era cortada por vielas estreitas e os barracos se amontoavam uns sobre os outros. Hoje, as ruas permitem a circulação de veículos pelo novo bairro.
A área foi dividida em lotes para que os moradores, cerca de 3 mil pessoas, erguessem suas casas dentro dos padrões do município. A urbanização deverá estar totalmente concluída no início do próximo ano (ver mapa). O núcleo contará também com um centro comunitário, além de prédios de negócios que abrigarão estabelecimentos comerciais dos moradores e de outros bairros.
Segundo a secretária de Inclusão Social e Habitação de Santo André, Miriam Belchior, o programa da Sacadura Cabral – que já havia sido premiado na Conferência Istambul +5, na Turquia, há dois anos – foi escolhido porque trabalha os aspectos urbanísticos, sociais e econômicos simultaneamente. “Não implementamos o programa em etapas, mas enfrentamos os problemas de exclusão desde o início”, disse. Além da urbanização, os moradores contam com programas de renda mínima, saúde da família, alfabetização de jovens e adultos e cursos profissionalizantes.
Auto-estima – O núcleo Vila Carminha/Detroit, em São Bernardo, já está completamente urbanizado. Como fica em região de mananciais, as ruas foram cobertas com asfalto ecológico, e as calçadas são uma mescla de concreto e grama, para facilitar a permeabilidade do solo. Uma área de barranco, antes considerada de risco, recebeu obras de contenção e permitiu que o local acomodasse mais famílias em segurança.
A área também recebeu obras de infra-estrutura, canalização de córrego, troca do solo (que não tinha boa sedimentação) e arruamento. A Prefeitura forneceu o material para a construção dos embriões das moradias, compostas por um quarto e banheiro. Os 622 embriões foram feitos em regime de mutirão, e os moradores podem ampliá-los de acordo com suas possibilidades.
O secretário de Habitação e Meio Ambiente de São Bernardo, Osmar Mendonça, acredita que a urbanização resgatou a auto-estima dos moradores. “Não é mais uma favela, mas um bairro. A intervenção física é o começo da integração dos moradores ao restante da cidade”, disse.
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