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Locação de carro movimentará R$ 5,7 bilhões
Vinicius Gorczeski
Especial para Diário
02/02/2011 | 07:30
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Nário Barbosa/DGABC


A Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis) está otimista em relação ao fechamento dos números do setor referentes a 2010. A estimativa é de que o faturamento cresça 30% frente a 2009, totalizando R$ 5,7 bilhões. A organização também projeta que a frota avance entre 13% e 14%, para cerca 410 mil veículos. O censo oficial será divulgado em março pela Abla.

Mas não foi só de aluguel para uso particular que a categoria se aproveitou para tal projeção. Foram ampliados os investimentos em infraestrutura e terceirização de frotas. No entanto, para o presidente do Conselho Nacional da Abla, Paulo Gaba Júnior, o principal fator foi a reposição de preços na locação diária.

O representante ressalta que determinado veículo era alugado por R$ 70 o dia há 15 anos. Após esse período houve manutenção no preço, embora esse veículo tenha ficado mais caro na compra e manutenção, no mesmo tempo. Isso prejudicou o setor, impedindo o crescimento.

"O mercado estava com o preço achatado. Não houve reposição integral, mas a média hoje para locação está em R$ 85 a diária."

Já o Grande ABC desfruta em parte desse cenário promissor. Não houve consenso sobre os lucros praticados no ano, com estimativas que variam de cidade para cidade. Algumas empresas de São Bernardo dizem que houve alta na procura no final do ano, por conta de férias e do Natal.

"Está acessível alugar e a renda no geral aumentou, com muita procura das classes média e baixa. O perfil até um tempo atrás era outro. Hoje, vários tipos vêm para alugar", ressalta o agente de atendimento Wellington Matton, de uma locadora do município.

CONTRAMÃO

Em contrapartida, em São Caetano, a avaliação é de que o cenário não mudou para melhor. Quem sustenta o argumento é o empresário Eder Vanceslau da Silva. Ele destaca que o perfil que atende é na maioria oriundo de empresas - que arcam com os custos. Em se tratando de uso particular, os carros mais procurados são os grandes, como o Meriva ou o Zafira, e até mesmo os mais caros, como o Vectra, em razão de maior poder aquisitivo do munícipe de São Caetano. "Para deslocar-se até o aeroporto ou mesmo para viagens mais longas", diz Silva.

A avaliação é pior em Santo André; algumas locadoras vão inclusive fechar seus braços, devido à falta de lucros. "É tão devagar, que eu acho que é por que há muitas locadoras em Santo André", disse a atende Viviane de Aparecida, de um estabelecimento da cidade. Em função da oferta maior, os preços do município ficam abaixo da média regional, ficando nos R$ 70.

PERFIL

Por sua vez, o perfil que busca automóveis para alugar irá desembolsar no Grande ABC entre R$ 75 e R$ 99 na diária. Os carros mais procurados são do grupo A, considerados básicos; sem opcionais, e populares. Entre os preferidos do consumidor estão o Corsa e o Celta, da GM (General Motors). Além disso, o consumidor costuma ficar em média uma semana com o automóvel, desembolsando entre R$ 600 e R$ 700 nesse período.

Ao contrário do cenário nacional, em que as pessoas alugam carros ao chegarem em determinada cidade, na região ocorre o inverso. O aluguel do veículo é recurso para quem vai se deslocar para a Capital ou mesmo a lazer.

Expectativa é que setor cresça ainda mais em 2011

A projeção para o setor de aluguel de carros mantém-se otimista para os próximos anos, apesar de modo menos expressivo do que o previsto para 2010. O amadurecimento do consumidor é a explicação do presidente do conselho nacional da Abla (Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis), Paulo Gaba Júnior, para sustentar a expansão.

"Antes o consumidor tínhamos o sonho pelo carro próprio. Mas a partir do momento que ele avaliou que tem de pagar IPVA, licenciamento, seguro, batidas e demais manutenções, ele começa a pensar em alugar um automóvel, em vez de comprar", defendeu Gaba, ao explicar que a mudança de pensamento será essencial para a manutenção do crescimento.

A Copa do Mundo e a Olimpíada, ambas no Rio de Janeiro, irão demandar ainda mais do setor; tanto para atender estrangeiros e brasileiro como para suprir os delocamentos de empresas ligadas à infraestrutura, segundo projeções de Gaba. VG




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