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Lobão convida para luau acústico
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
06/12/2001 | 18:03
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Muito antes de Supla ganhar o disco de ouro com seu Charada Brasileiro, Lobão já era o rei das bancas de jornal. Foi ele quem abriu caminho para os CDs do queridinho da Casa dos Artistas e de mais um punhado de músicos como Titãs, Falamansa, Ratos de Porão etc. Com A Vida É Doce, o polêmico cantor vendeu 100 mil cópias. E criou o selo Universo Paralelo, uma referência a seu combate ao sistema imposto pela grandes gravadoras.

Lobão continua o mesmo desbocado, só que um pouco mais comportado e – dito por ele – sem as mesmas drogas que fizeram sua cabeça nos anos 80. Com a cara limpa, ele sobe ao palco do Sesc São Caetano nesta sexta, às 20h, para uma prévia do CD que chega no mercado no próximo dia 15, intitulado A Vida É Doce – Tour 2001 (que será vendido por R$ 11,90 nas bancas, claro).

“Será um luau, um show acústico. Mas ainda não defini o repertório. Estou aqui olhando as cordas novas que comprei para o meu violão e pensando... talvez eu faça uma homenagem a George Harrison (1943-2001)”, disse Lobão, por telefone, de Sorocaba (interior de São Paulo), onde faria um show quinta à noite. “Adoro fazer shows desse tipo, intimistas. Adoro me preparar para eles também”, afirmou. Apesar dos rodeios, Lobão deu certeza de algumas canções obrigatórias em seu set list: Me Chama, Vida Bandida, Decadence Avec Elegance e A Vida É Doce.

Quando fala das gravadoras, ele perde o tom calmo e dá o seu recado. Acredita que as músicas impostas por elas são um problema sério para a sociedade: “Há músicas que o público gosta, mas as rádios não tocam, por isso meu CD vendeu tanto e sem nenhum alarde. Isso é perder a liberdade de expressão. Pelo que aprendi, é ditadura”, disse.

A pirataria também é uma das preocupações de Lobão, que coloca a culpa no preço alto dos CDs nacionais. “Tem muita gente querendo ganhar muito. Percebi isso agora, que estou com controle total das vendas dos meus discos. Ganho quatro vezes mais, vendendo o CD pela metade do preço. As gravadoras têm uma matemática estranha... depois pedem para o povo não comprar CD pirata. Alguém já parou para pensar que o cara que faz isso está se humilhando? Que, na verdade, ele quer o CD com capinha, original, mas não tem grana? Isso é motivo para se repensar todo o mercado”. Palavra de Lobão.




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