A imensidão do cerrado acolhe algumas das paisagens mais exuberantes e inusitadas deste país. Bem no meio do Centro-Oeste, na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, rios, cachoeiras, encostas e vales servem um banquete ecológico que apetece do aventureiro ao esotérico. Banquete que começa a ganhar talheres de prata, ou seja, serviços turísticos de melhor qualidade, seja na integração de circuitos, ou nas opções de hospedagem. Coadjuvantes que acentuam o brilho da verdadeira estrela da festa: a natureza, numa dança de matizes.

Apesar de a Chapada ser um parque nacional, muitas de suas atrações estão em propriedades particulares. Felizmente, não existe impedimento para a visitação turística. Alguns proprietários apenas cobram uma taxa de manutenção.

A região, como todo o Planalto Central, tem duas estações distintas. Na época da chuva, rios, lagos e cachoeiras transbordam de beleza com enormes volumes d’água. A vegetação reflete a estação com um verde exuberante e, mesmo nas áreas mais arenosas, o capim brota colorindo a paisagem.

Já na seca, o volume de água diminui consideravelmente. Ainda assim, algumas resistentes quedas impressionam. O verde cede lugar a um tom amarronzado. Nesta época, acontece um interessante fenômeno natural: a combustão, que ateia fogo em algumas partes do cerrado. Desastre natural? Nada disso. Como no cerrado muitas sementes só rompem com o calor intenso, o fogo assume a função de explodi-las para que possam germinar. A fim de manter a vegetação intacta durante tal período a mãe-natureza foi esperta: criou plantas com caules de casca grossa capazes de resistir a longos períodos sem água.

Em Alto Paraíso de Goiás, cidade que acomoda a maioria dos turistas que chegam à Chapada, a infra-estrutura está melhor. Há número crescente de pousadas e restaurantes, além de pensões que servem comida típica.

A cidade também concentra terapeutas alternativos, prontos para deixar o turista relaxado. Independentemente da atmosfera esotérica, que atrai muitos visitantes, a beleza das trilhas e cachoeiras que povoam a Chapada é a rainha do baile. Uma unanimidade.

Parque – O Parque Nacional é o símbolo da exuberância natural da Chapada dos Veadeiros. Convém tirar um ou dois dias para visitá-lo, de preferência na companhia de guias especializados. Outro cartão de visitas, igualmente imperdível, é o Vale da Lua: pedras retorcidas aludem ao solo lunar. Num capricho a mais, o rio corre por entre pedras, curvas e buracos, formando pequenas cascatas e grutas. De quebra, há singelas piscinas decorrentes da erosão. Cachoeiras enriquecem o cardápio ecológico da Chapada. A Almácega 1, por exemplo, faz a alegria dos praticantes de rapel e tirolesa; a de São Bento, embora pequena, tem uma piscina enorme, perfeita para se nadar; e as Carioquinhas são as estrelas da região. Para a turma da aventura, o parque e as fazendas vizinhas concentram opções para rapel, trekking, bóia-cross, cavalgada etc. Algumas agências organizam caminhadas de até oito dias pelo parque, cobrindo áreas ainda pouco exploradas.