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Orquestra de Sto.André apresenta concertos neste fim de semana
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
25/06/2004 | 19:43
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Os concertos que a Orquestra Sinfônica de Santo André apresenta neste sábado e domingo no Teatro Municipal da cidade – e que na próxima terça-feira (dia 29) serão “exportados” para a Sala São Paulo – representarão uma imersão simultânea em um Prokofiev “olímpico” e em um Mahler “irônico”. A primeira definição é atribuída pelo pianista Marcelo Bratke ao Concerto nº 1 para Piano e Orquestra do ucraniano Sergei Prokofiev (1891-1953); a segunda, por seu turno, é obra do maestro Flavio Florence para a Sinfonia nº 4 do alemão Gustav Mahler (1860-1911). Ambas as peças estão no programa da Sinfônica nas apresentações que em território andreense têm entrada franca.

A abertura, numa aliança musical do solista Bratke e dos músicos regidos por Florence, será com a composição de Prokofiev. “O Concerto nº 1 foi escrito por ele aos 19 anos e causou um grande escândalo no meio acadêmico, porque era inovador, apesar de cheio de rigores. É um concerto percussivo, muito físico, olímpico”, afirma Bratke que reencontra a Sinfônica andreense, 13 anos depois de terem se apresentado juntos no Festival de Inverno de Campos do Jordão.

Bratke dá até uma descrição sinestésica para o Prokofiev que junta novamente pianista e orquestra: “(O Concerto nº 1) É uma obra de movimentos coloridos, que vai do melancólico ao jovial, passando pelo contemplativo”.

A segunda parte do concerto é dedicada à Quarta Sinfonia de Mahler, na qual Florence e seus comandados unem-se à soprano Gabriella Pace. A composição, de execução complexa, é considerada como o último capítulo de uma trilogia do autor inspirada na Knabem Wunderhorn, série de poemas populares alemães do século XIX, de autor anônimo. A referência é percebida no quarto movimento, quando a soprano canta o poema Das Himmlische Leben (algo como “vida no céu”), que descreve o paraíso do ponto de vista de uma criança que acaba de morrer. No Municipal andreense, Gabriella estará posicionada 3 metros acima do nível do palco para transmitir a idéia da voz celestial. Serão projetadas legendas em português com a tradução do que a solista canta.

“Essa simbologia da morte é traduzida em picardia e sarcasmo por Mahler”, diz Florence. “Essa questão da morte das crianças pode parecer morbidez, mas não é. Mahler foi o segundo dos 14 filhos de uma família muito pobre e somente sete dos seus irmãos chegaram à idade adulta. Isso (a mortalidade infantil) passou a ser uma questão central na sua obra”.

Orquestra Sinfônica de Santo André – Concerto. Neste sábado e domingo, às 20h, no Teatro Municipal de Santo André – Paço Municipal, s/nº. Tel.: 4433-0789. Entrada franca. Dia 29 (terça-feira), às 21h, na Sala São Paulo – praça Júlio Prestes, s/ nº, São Paulo. Tel.: 3337-5414. Ingr.: de R$ 10 a R$ 20.




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