De janeiro até novembro de 1998 - a última estatística disponível no Instituto de Comércio Externo de Portugal - o azeite representou 15,9% das exportaçoes para o Brasil. Foram 11.287 toneladas, vendidas por cerca de 35 milhoes de dólares. Queda de 17% em relaçao ao mesmo período de 1997: de janeiro a novembro o Brasil importou 12.541 toneladas de azeite, no valor de 41 milhoes de dólares.
De acordo com a Associaçao do Azeite de Portugal a queda na produçao nao deve afetar as exportaçoes para o Brasil. "O que pode acontecer é a troca do azeite pelo de melhor qualidade", afirma Maria Oliveira Fernandes, secretária geral da entidade.
Atualmente, as exportaçoes para o Brasil sao de dois tipos de azeite. O virgem, de melhor qualidade, com acidez de até 1 grau, e o chamado azeite de oliveira, que é uma mistura de azeite refinado com virgem, com maior acidez."A produçao de menos azeite e de melhor qualidade vai diminuir a diferença de preços, o que pode ampliar as exportaçoes do azeite virgem, além disso, o produto de segunda linha nao vai ser tao barato e nao vai haver muito azeite virgem para a mistura".
Segundo Maria Fernandes, a atual crise no Brasil nao afetou as exportaçoes. "As dificuldades cambiais nao chegaram a prejudicar as vendas". Ela conta que o mercado de azeite português no Brasil nao é estável. "Temos um momento alto de vendas no final de outubro e começo de novembro e pára depois do Natal".
Burocracia - Para Maria Fernandes, o maior problema dos exportadores portugueses tem sido a burocracia. "Tivemos carregamentos que ficaram mais de um mês no porto de Santos esperando a classificaçao na pauta para serem enviados aos compradores". Ela nao arrisca previsoes quanto às exportaçoes para o Brasil. "No mercado brasileiro o preço é um elemento decisivo, podemos nao ter o crescimento do azeite virgem do ano passado, mas acredito que vamos manter o nível de exportaçoes".
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