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Recife: um mar de histórias
Thiago Mariano
Enviado a Pernambuco
03/09/2009 | 07:00
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No Marco Zero de Recife, um giro de 360 graus, no eixo, já faz ver a infinidade de atrações que a cidade reserva. À vista, casarões do período colonial, esculturas gigantes, o Rio Capibaribe, que serpenteia a cidade, e o mar, com os arrecifes e os tons de verde e azul que só em Pernambuco parecem existir.

Ao Norte, em menos de dez minutos de viagem, chega-se a Olinda. Sentido Sul, numa faixa de menos de 130 quilômetros, onde o Estado faz divisa com Alagoas, as mais belas e diversas paisagens litorâneas.

Recife, mesmo, é o epicentro de uma terra que há séculos reúne culturas e estilos, fundidos numa efervescência impossível de encontrar em qualquer outro local.

Concedida a Duarte Coelho Pereira como parte da Capitania de Pernambuco, em 1534, a área, que servia de porto para os navios portugueses e era habitada por parcos pescadores, foi citada na carta de direitos feudais como "arrecife dos navios".

Preterida pela aristocracia portuguesa a Olinda, que em contraste com a topografia plana de Recife apresentava ares literalmente mais elevados, a cidade ficou de coadjuvante até pouco antes da invasão dos holandeses, que durou de 1630 a 1654.

Governada pelo conde Maurício de Nassau entre 1637 e 1644, a Recife Holandesa teve um dos seus períodos mais prósperos. O traçado do projeto da chamada Cidade Maurícia, onde hoje é o bairro de Santo Antonio, foi de responsabilidade do arquiteto Peter Post, que projetou canais, prédios maiores para abrigar a população recifense em franca expansão, construção de pontes para interligar o município através dos rios Capibaribe e Beberibe e pavimentação das ruas com tijolos holandeses.

No período, a cidade viu nascer o primeiro jardim botânico, o primeiro observatório astronômico do País, além de sinagoga, zoológico e muitos outros empreendimentos que, aliados ao efetivo cultural e científico importado por Nassau do Exterior, deram status de polo a Recife.

Mescladas e preservadas, essas influências seculares podem ser hoje conferidas em toda parte. Nos fortes construídos no período de guerra entre holandeses e portugueses - como as ruínas do Forte do Buraco, construção holandesa de 1630, ou o Forte do Brum, erguido por portugueses a partir de 1595 -; nas igrejas de estilo barroco, como a Capela Dourada; nos palácios em estilos neoclássico, art noveau, art decó e contemporâneo (a maioria deles hoje funciona como prédios públicos), e na Rua Aurora, com seus coloridos sobrados de arquitetura austera, que às margens do Rio Capibaribe e às vistas dos catamarãs, faz lembrar a romântica Veneza.

A senha mais simples para começar a desbravar esse território, a partir do Marco Zero, é sorrir para o pernambucano mais próximo, sempre simpático, disposto, versado, orgulhoso de sua terra e fruto de uma miscigenação tão peculiar que nem adiantaria procurar, separadamente, por cada uma das raças que se amalgamaram em solo recifense.

Jornalista e fotógrafo viajaram a convite do Nannai Beach Resort.




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