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ONGs criticam acordo climático do G8
Da AFP
08/07/2005 | 14:31
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As ONGs (organizações não-governamentais) ligadas ao meio ambiente criticaram nesta sexta-feira o acordo alcançado pelos líderes do G8 sobre a mudança climática, acusando-os de não "reconhecer claramente" a necessidade de atuar com urgência e de não contemplar ações concretas.

"Foi uma oportunidade perdida", disse Stephen Tindale, da organização Greenpeace, em entrevista coletiva. "A declaração adotada pelos oito países que mais contaminam o planeta carece de objetivos concretos e de uma agenda precisa", acrescentou.

"Não há nada significativo no texto do G8 porque não conseguiram um acordo que demonstre a divisão entre os sete países que ratificaram o Protocolo de Kyoto e os Estados Unidos", afirmou Jennifer Morgan, da WWF.

Alemanha, Canadá, França, Reino Unido, Itália, Japão e Rússia ratificaram este protocolo que pretende reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 5,2% até 2012, em relação às taxas de 1990. O documento foi rejeitado pelo presidente americano, George W. Bush.

Para conseguir a participação de Bush na declaração, um dos grandes acordos do G8, junto com a luta contra a pobreza na África, os sete tiveram que fazer importantes concessões aos Estados Unidos.

”Bush fez de tudo para desestimular a ação internacional sobre a mudança climática", criticou Tony Juniper, da organização Amigos da Terra Internacional.

"O preço deste fracasso será pago pelos mais pobres do planeta, sobretudo na África", advertiu Tindale.

Tony Blair, não concordou com as críticas, alegando que o G-8 conseguiu que os Estados Unidos se sentassem à mesa para negociar. "Se Estados Unidos, China ou Índia não tomarem as ações necessárias para reduzir as emissões, não teremos acordo sobre mudanças climáticas", disse Blair em entrevista coletiva, destacando que o importante na reunião de cúpula foi "voltar ao caminho de um consenso internacional".

Apesar da falta de progressos significativos na luta contra o aquecimento do planeta, a cúpula serviu para chamar a atenção da opinião pública mundial para o perigo de não reduzir as emissões de gases como o CO2, reconheceram as ONGs.

Estas esperam que as expectativas geradas pela cúpula e a declaração - que, embora tenha sido modesta, não significa um retrocesso -, assim como a liderança e a determinação do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, contribuam para o avanço das negociações que serão realizadas pelas Nações Unidas em dezembro, em Montreal.




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