Setecidades Titulo
Perícia aponta para armas de guardas de São Caetano
Guilherme Russo
Do Diário do Grande ABC
03/09/2009 | 07:06
Compartilhar notícia


O projétil que matou a estudante Ana Cristina de Macedo, 17 anos, saiu de revólver calibre 38, segundo laudo preliminar divulgado ontem pela Polícia Civil. A garota foi morta na segunda-feira, quando voltava da escola, na favela Heliópolis, Zona Sul da Capital, próximo à divisa com São Caetano. O assassinato ocorreu durante suposta perseguição a um carro roubado em São Caetano.

Os principais suspeitos de ter feito o disparo que matou a garota são os guardas-civis municipais Luziel Pereira Costa, Vicente Pereira Passos e Edson Damião Estevam. O IC (Instituto de Criminalística) fará os exames de balística que indicarão se o projétil que matou a garota partiu de algum dos três revólveres apreendidos com os suspeitos, que foram afastados de suas funções.

O delegado Gilmar Contreras, titular do 95º DP (Heliópolis), contou que, ao ver a bala retirada do corpo de Ana Cristina, não teve dúvidas. "O calibre é 38", disse o policial. O mesmo das armas apreendidas com os guardas-civis sob investigação.

O policial contou ainda que pediu "prioridade" ao IC nos exames de balística. O prazo oficial para a finalização de um laudo conclusivo é de um mês, mas pode ser prorrogado ou adiantado.

Contreras contou que dois dos suspeitos têm armas particulares - um revólver calibre 38 e uma pistola calibre 380. Porém, o delegado disse que só vai investigar as outras armas caso o IC descubra que a bala que matou a estudante não saiu de um dos revólveres já apreendidos pela polícia.

Na quarta-feira, o delegado instaurou três inquéritos: um de ‘homicídio simples', que investiga a morte de Ana Cristina, um outro para apurar as circunstâncias do roubo ocorrido em São Caetano e um terceiro, para descobrir quem incendiou pelo menos três carros durante a manifestação no início da noite de anteontem.

O delegado disse que panfletos circularam na favela chamando os moradores à manifestação. Escritos à mão e fotocopiados, os bilhetes prometiam 300 cestas básicas à comunidade, para quem participasse do protesto.

Enquanto os carros queimados eram retirados por caminhões na tarde de ontem, inúmeras viaturas rondavam a região exibindo metralhadoras. Os moradores xingavam os policiais militares, mas não houve confronto.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;