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Toyota lança centro de pesquisa avançada em São Bernardo

Montadora conclui investimento de R$ 65 mi;
CEO diz que trará mais trabalho ao Grande ABC

Vinícius Claro
Especial para o Diário
23/08/2016 | 07:18
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Nario Barbosa/DGABC


A Toyota inaugurou ontem, em sua fábrica de São Bernardo, o Centro de Pesquisa Avançada. O município foi o quarto destino escolhido pela companhia fora do Japão – existem outros laboratórios nos Estados Unidos, na Europa e na Tailândia. O evento marcou a conclusão da segunda etapa do projeto São Bernardo ReBorn, iniciado em 2014, e que consumiu. ao todo, R$ 65 milhões.

A primeira fase terminou em 2015, quando foram injetados R$ 19 milhões na revitalização de instalações e em novo prédio na unidade para abrigar a área administrativa, transferida de São Paulo para o Grande ABC. Na segunda, com investimento de R$ 46 milhões, foi lançado o centro de pesquisa. No local, atuam 100 profissionais realocados de outros setores da empresa. Não houve contratações para o projeto. Hoje, a Toyota conta com 1.400 empregados na região.

No centro de pesquisa haverá o desenvolvimento de facelift (quando um carro é relançado no mercado com algum diferencial em seu design) – como o Etios Platinum, cujas alterações na grade e parachoques foram criadas em São Bernardo –, testes de emissão de poluentes e avaliação de matérias-primas para os veículos.

Neste, que é o primeiro estúdio de design da Toyota na América Latina e o 11º do mundo, a missão será a de estudar a geografia local e utilizá-la como inspiração para a elaboração de veículos. O processo passa por várias etapas, como desenho no papel e montagem de miniatura em argila até chegar na construção final.

Dentro do centro de pesquisa, há um laboratório de materiais, o sexto do mundo, onde serão testados produtos como aço, resinas, tinta e borracha. A intenção é aumentar o índice de nacionalização deles. O novo prédio também será sede dos departamentos de engenharia, compras, regulamentação veicular e qualidade assegurada.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, declarou notar ambiente bem positivo dentro da fábrica da Toyota. “A gente percebe alegria, porque a empresa investe e está inaugurando novidades na fábrica. Ela não está fechada a novas oportunidades para São Bernardo e para o Estado de São Paulo.” O sindicalista disse estar discutindo a possibilidade de trazer mais uma linha de produção para São Bernardo, além de fortalecer a área de ferramentaria.

Questionado sobre o assunto, o CEO da Toyota para América Latina e Caribe e chairman da Toyota do Brasil, Steve St. Angelo, afirmou que não pode discutir projetos e produtos futuros. O executivo, porém, definiu Marques como “muito agressivo” para proteger os trabalhadores da região. “Ele está sempre procurando formas de trazer mais produção para o Brasil e, claro, estamos muito determinados para trazer mais trabalho para cá.”

St. Angelo assinalou que o novo prédio é peça fundamental para que isso aconteça, porque, ao desenvolver estudos de engenharia, fica mais fácil para o Brasil ter mais autonomia sobre seu próprio futuro.

O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, afirmou que o País já enfrentou vários problemas e que passará pelo atual, ao classificar como “acertadíssimas” as decisões tomadas pela montadora japonesa. “A inauguração de um centro de pesquisa avançada sempre é motivo de muita comemoração”, declarou.

O vice-governador do Estado de São Paulo, Márcio França, disse que já pode ser percebido o início da recuperação econômica e que, nos próximos anos, os resultados serão vistos em todo o Brasil. “Algumas empresas acreditaram nessa possibilidade e apostaram nisso antecipadamente, como é o caso da Toyota.”

PROJETO - Durante o evento, o chairman da Toyota Motor Corporation, Takeshi Uchiyamada, destacou o projeto 5 Continents Drive, iniciado em 2014 na Oceania, que passou pela América do Norte no ano passado e, agora, chega ao Brasil.

O objetivo da iniciativa é rodar os mais diferentes tipos de estradas em todos os continentes, até 2020 e, com base nas informações obtidas, realizar estudos técnicos para desenvolver melhorias nos carros para cada continente. No Brasil, a expectativa é de percorrer 5.000 quilômetros, saindo do Grande ABC e partindo para o Centro-Oeste e Nordeste. “Melhor escolha não poderia haver, escolhemos São Bernardo como ponto de partida no continente sul-americano”, afirmou Uchiyamada, destacando que a planta da região foi a primeira a ser construída fora do Japão, em 1962.

Depois do Brasil, outros seis países serão percorridos. Bolívia, Uruguai, Argentina, Chile, Peru e Paraguai estão na rota, totalizando 20 mil quilômetros. 




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