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Presidente russo restaura hino e causa polêmica no país
Das Agências
05/12/2000 | 14:06
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A decisao do presidente Vladimir Putin de restaurar o hino soviético ao mesmo tempo que a águia bicéfala da Rússia czarista obterá sem dúvida a aprovaçao da Duma, mas provocou uma onda de críticas dos meios intelectuais e dos partidos liberais.

O presidente russo propôs segunda-feira à Duma restabelecer o hino soviético, com uma nova letra a decidir, ao mesmo tempo que a bandeira tricolor branca, azul e vermelha e a águia bicéfala da Rússia czarista. Propôs também que a bandeira vermelha passe a ser o emblema das forças armadas.

``Se aceitássemos que nao se pode utilizar símbolos das épocas precedentes, e em particular os da época soviética, teríamos que reconhecer que nossas maes e nossos pais viveram em vao. Nao posso aprovar isso, nem com a cabeça e nem com o coraçao', disse o presidente numa mensagem aos russos pela televisao estatal.

Segundo uma recente pesquisa, metade dos russos é favorável ao restabelecimento do hino soviético.

``A iniciativa do presidente vai receber o apoio de mais dos 300 deputados necessários' na votaçao que terá lugar sexta-feira, estimou Guennadi Seleznev, presidente da Duma (câmara baixa) na qual têm maioria os comunistas e os partidos que apóiam Putin.

Em troca de sua aprovaçao ao restabelecimento da águia bicéfala, os comunistas obterao a da música do hino soviético, cuja letra falava na ``uniao indestrutível das repúblicas livres unidas em torno da Rússia'.

Putin recebeu o apoio da Igreja Ortodoxa russa, que considerou que sua iniciativa ``restabelece e demonstra a continuidade de toda a história da Rússia', inclusive a da época soviética ``na qual houve terríveis tragédias, mas também muitas coisas positivas'.

Por outro lado, a proposta de Putin desencadeou uma onda de protestos de artistas e intelectuais e dos partidos liberais.

Os dois principais partidos da oposiçao liberal, Uniao das Forças de Direita e Iabloko, anunciaram que votariam contra o restabelecimento do hino soviético, qualificado de ``símbolo da ordem totalitária'.

Em uma carta aberta publicada esta terça-feira pelo Izvestia, um grupo de artistas e intelectuais, entre os quais a bailarina Maya Plissetskaya, o músico Rodion Chedrin, o cineasta Gleb Panfilov e o cantor de rock Yuri Chevchuk denunciaram a decisao de Putin, estimando que ``divide a sociedade' e constitui um ``insulto à memória das vítimas da repressao do governo soviético'.




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