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Mercedes-Benz começa a demitir trabalhadores por telegrama

Montadora não revela número de cortes, mas
excedente é de 1.870 operários em S.Bernardo

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
16/08/2016 | 07:29
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André Henriques/DGABC


A Mercedes-Benz começou a enviar ontem, por telegrama, avisos de demissão a trabalhadores que atuam na fábrica de São Bernardo. Correspondência que o Diário teve acesso solicita a presença do funcionário na montadora – todos estão em licença remunerada por tempo determinado, mas ainda não informado pela empresa – no dia 24, e informa que o contrato de trabalho será rescindido em 5 de setembro.

“Conforme informativos e comunicados amplamente divulgados, a Mercedes-Benz, durante os últimos anos, fez o máximo possível para gerenciar o excesso de pessoal por meio de vários instrumentos de flexibilidade e de diversas oportunidades de programas de desligamento voluntário, mas, lamentavelmente, considerando as atuais condições do mercado, isso não é mais possível”, diz o telegrama.

A Mercedes confirma que está “convocando para procedimentos rescisórios os colaboradores que terão seus contratos de trabalho encerrados a partir de setembro, após o fim do período de estabilidade na unidade”. Devido ao fim do PPE (Programa de Proteção ao Emprego), que vinha reduzindo em 20% a jornada de trabalho e em 10% os salários desde setembro, e foi encerrado em maio, os operários tiveram direito a mais três meses de garantia do emprego na fábrica, prazo este que termina no dia 31.

A companhia não informa o número de pessoas que estão recebendo as correspondências com a notícia da demissão, porém, seu excedente atual é de 1.870 profissionais.

Na sexta-feira, a empresa anunciou que colocaria todos os seus 9.000 colaboradores em licença remunerada por tempo determinado – sendo que 1.400 já estavam em casa –, e que nesta semana avisaria sobre quando seria o retorno. Questionada, afirmou que ainda está analisando a data.

A companhia disse que vive um dos piores momentos de sua história, em razão da crise econômica e do reduzido mercado de veículos comerciais (caminhões e ônibus), sobre o qual não possui qualquer controle, o que levou à alta ociosidade.

O anúncio de que haveria demissões foi feito aos profissionais no dia 2, devido à baixa adesão ao PDV (Programa de Demissão Voluntária), com 630 operários, e desde então foram feitas paralisações na planta.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC convocou os trabalhadores da montadora para assembleia na sede da entidade amanhã, às 10h, em “resposta à truculência da empresa, precisamos usar nossa força de união e luta”, aponta comunicado.
 




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