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Inflação desacelera e acumula 8,74% em julho

Nos 12 meses encerrados em junho, variação era de 8,84%; em um mês, porém, IPCA subiu 0,52%

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
11/08/2016 | 07:15
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A inflação oficial desacelerou no acumulado de 12 meses encerrados em julho, chegando a 8,74%. No ano terminado em junho, a variação era de 8,84%. E, no mesmo período do ano passado, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) somava 9,56%. Isso é o que aponta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Trata-se de boa notícia. Apesar de a desaceleração estar ligada à recessão econômica, em que a demanda por produtos e serviços é menor, a vantagem é que neste ano não temos o que em 2015 pressionava bastante a inflação, o aumento das tarifas administradas, como contas de luz e água”, avalia o economista Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.

Para Balistiero, a tendência é que, até dezembro, o IPCA diminua a cada mês, e encerre o ano na casa dos 7%. “Embora ainda acima do teto da meta do governo, de 6,5%, é melhor do que o índice do ano passado, de 10,67%”, compara.

Apesar da redução na inflação, o economista não acredita que o Banco Central deva mexer na taxa básica de juros, a Selic, que desde julho de 2015 está em 14,25% ao ano. Para ele, a manutenção pode sinalizar controle por parte do governo, e passar mais credibilidade aos investidores. Se houver queda, Balistiero acredita que isso deverá acontecer a partir do último trimestre.

NO MÊS - Em julho, o IPCA acelerou 0,52%. Em junho, estava em 0,35%. Apesar do aumento mensal, quando se compara com o mesmo mês de 2015, a variação era de 0,62%, ou seja, agora a pressão é menor.

A elevação mensal ocorreu devido à alta nos preços dos alimentos, de 1,32%, maior oscilação para os meses de julho desde 2000, quando atingiu 1,78%. “O clima seco, que prejudica a lavoura, tem gerado menor oferta de produtos nas prateleiras, o que eleva o custo deles. E isso vem acontecendo nos últimos meses”, aponta Eulina Nunes, coordenadora de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE.

O item que mais pesou no grupo de alimentos foi o leite, que encareceu 17,58% em todo o País. Na sequência, veio o feijão-carioca, com alta de 32,42%, e o arroz, com incremento de 4,68%. A cebola e a batata, no entanto, diminuíram 28,37% e 20%, respectivamente. “O problema é que são produtos essenciais. O aumento do feijão-carioca e do arroz onera o custo do principal prato da mesa do brasileiro”, diz Eulina.

A coordenadora destaca que, por outro lado, o custo da energia elétrica vem diminuindo, com redução de 3,04% em julho, o que fez com que os gastos com habitação recuassem 0,29%. A conta de luz teve diminuição em março, depois que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) alterou a bandeira tarifária vermelha para amarela, reduzindo de R$ 3 para R$ 1,50 o valor excedente para cada 100 quilowatts-hora consumidos. Desde abril, a tarifa está ainda menor devido à bandeira verde, que isenta da cobrança extra devido à melhora no nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas.

SALÁRIOS - O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que serve como base para reajustar salários, acumula 9,56% nos 12 meses terminados em julho, alta de sete pontos percentuais ante junho. No mês, houve aumento de 0,64%, enquanto, em junho, de 0,47%. 




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