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Do futebol para as letras
Sara Saar
Do Diário do Grande ABC
09/08/2011 | 07:30
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O ex-jogador de futebol Raí mostrou ontem a sua faceta como escritor na 1ª Felit (Feira Literária de São Bernardo), durante o lançamento do livro "Turma do Infinito" (Cosac Naify, R$ 32, 56 páginas).

Contente com a primeira publicação infantojuvenil, o ex-atleta de 46 anos já pensa em escrever outras obras. "Se eu fizer a metade do sucesso que alcancei no futebol, serei tão feliz quanto como escritor", diz.

Durante o encontro com o público, composto por alunos e professores da rede municipal, Raí falou sobre o título de estreia. "Escrevo sobre quatro personagens que nascem na mesma época e entram na escola juntos. Cada um acha que tem o seu mundo, mas pouco a pouco descobre que é bom fazer parte do mundo do outro", explica. O livro reflete sobre amizade e companheirismo.

A inspiração para a obra surgiu há dois anos, quando leu uma redação da neta Naira, hoje com 12 anos. Empolgada com as aulas de filosofia, a garota colocou no texto dois personagens citados pela professora. "No livro, você encontra provocações, curiosidades e uma pitada de filosofia", define o ex-craque do São Paulo.

CRIAÇÃO
Para escrever o livro, Raí se colocou no lugar de uma criança. "O que mais gostei dessa experiência foi transformar uma ideia em livro, o que todos aqui podem fazer", disse aos pequenos, que interagiam com ele.

Enquanto o futebol foi dom natural, a escrita é aprendizado, resultado de exercício e inspiração. "Para escrever, não tem idade. Você pode começar em qualquer época da vida", afirma. E Raí já tem continuação para o livro. Por enquanto, adianta que a sequência apresentará outro aprendizado.

LANÇAMENTO
Não faltaram perguntas a Raí. Enquanto o ex-jogador respondia as curiosidades das crianças no Espaço de Leitura, que estava lotado, outras tantas do lado externo chamavam a sua atenção em coro: "Raí, cadê você? Eu vim só para te ver". Na hora, respondeu: "Já vou, já vou".

Durante o evento, Raí contou que sempre frequentou boas escolas e procurou estudar bastante. "Essa é também razão do sucesso que tive", afirmou o novo escritor, que hoje dedica tempo à leitura de romances, títulos de história e psicanálise.

Muitas perguntas também fugiam do tema. Quando questionado por uma aluna se tinha namorada, disse: "Não, estou solteiro". E emendou: "Depois, você me ajuda a encontrar uma?". Na sequência, ouviu: "Como você tem 46 anos e é tão bonito?". Respondeu: "Eu levo uma vida saudável. E você? Como aos seis anos já é tão bonita assim?".

Embora confesse que não tenha sido um leitor assíduo quando criança, o ex-craque reconhece a importância da leitura: "Eu não lia tanto quanto deveria, mas se eu pudesse voltar atrás, na minha infância, leria muito mais."

Além de ler, Raí sempre gostou de criar histórias para as filhas mais velhas, Emanuella e Raíssa, e agora repete a atividade com a filha Noah, de 6 anos. "Esses momentos serão guardados para o resto da vida", afirma. Uma das obras lidas, inclusive, é a dele. "Li a "Turma do Infinito" para a Noah e ela adorou", conta.




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