Outro dado de destaque para os organizadores é a participaçao de um público nao-especializado em arquitetura. De acordo com uma pesquisa coordenada pela socióloga Mariah Villas-Boas, 59% dos visitantes nao sao arquitetos ou estudantes de arquitetura. Para o presidente da Fundaçao Bienal de Sao Paulo, Carlos Bratke, isso demonstra um processo de amadurecimento da cidadania: "O público entendeu que a arquitetura e o urbanismo sao determinantes para a qualidade de vida nas cidades". Entretanto, Bratke lamenta a baixa freqüência dos estudantes de arquitetura (apenas 16% do público total). Segundo ele, isso reflete a má qualidade do ensino de arquitetura no país.

A pesquisa também indicou que um público predominantemente jovem, e proveniente da cidade de Sao Paulo, visitou a Bienal. Pessoas com faixa etária que varia de 19 a 30 anos responderam por 54% do total de freqüentadores. A cidade de Sao Paulo é a origem de 75,6% dos visitantes.

A metrópole será tema do seminário Sao Paulo - Da Cidade que Temos à Cidade que Queremos. De 1º a 3 de fevereiro, especialistas em urbanismo discutirao os grandes problemas e as soluçoes para a capital do Estado. "Quando se discute Sao Paulo, fala-se de, pelo menos, 200 outras cidades do mundo, todas com problemas muito semelhantes", diz Bratke. Os temas abordados serao: A Visao Técnica e Industrial (no dia 1º), com projetos do ponto de vista de instituiçoes, como a Prefeitura; A Visao do Cidadao (dia 2); a Cidade Nao Construída (dia 3).

Para esta última parte do seminário, serao discutidos projetos como os da revitalizaçao da praça do Patriarca, de Paulo Mendes da Rocha; do Carandiru, de Giancarlo Gasperini; e o do Vale do Anhangabaú, de Jorge Wilheim, todos com presença já confirmada. "Sao projetos que nunca saíram do papel", lamenta Bratke.