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O que fazem o mestre-sala e a porta-bandeira?
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
06/03/2011 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Alma de artista e força de atleta. Assim devem ser o mestre-sala e a porta-bandeira, que têm uma das missões mais importantes durante o desfile de Carnaval: carregar o pavilhão (bandeira) da escola de samba.

Aluane Lourenço, 11 anos, é a porta-bandeira mirim da Acadêmicos de Vila Gerty, atual campeã de São Caetano. Herdou o talento da mãe, que ocupou o posto por muitos anos. Foi dentro da barriga dela que a menina estre- ou na avenida.

No ano passado, Aluane disse que gostaria de ser porta-bandeira. O pedido foi atendido e, agora, ela forma par com Pedro Prata Marquetti, 9 anos, mestre-sala pela terceira vez. O garoto já fez até curso na Unidos de Vila Maria, escola do Grupo Especial de São Paulo.

"Tenho de ser delicada, graciosa e amar o pavilhão da escola. Não posso derrubar nem sujá-lo", explica a garota. A bandeira também não deve enrolar no mastro ou bater no rapaz. "O mestre-sala precisa ser elegante, estar bem vestido e sorrir sempre", fala Pedrinho.

O casal ensaia todos os dias para melhorar os passos e dançar em harmonia. "Um tem de confiar no outro", diz Aluane. Além disso, é preciso bom preparo físico porque cansa muito rodopiar e bailar sem parar. Enquanto desfilam não podem parar para descansar, beber água, nem fazer xixi; sem contar que as fantasias são pesadas. Apesar da responsabilidade, não precisam se preocupar com os jurados. Só o casal principal recebe notas. Quando crescer, sonham em representar uma grande escola.

 

Símbolo da escola

O pavilhão é o símbolo mais importante da escola de samba. Leva o nome, as cores e a data de fundação da agremiação e fica sob a responsabilidade do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. Em geral, o segundo casal carrega a bandeira do enredo daquele ano. É quase obrigatória a presença da bandeira em todos os eventos dos quais a escola participa, até nos ensaios. O carinho e respeito pelo símbolo são muito grandes. Os integrantes costumam reverenciá-lo: seguram a pontinha e dão um beijo na própria mão para não correr o risco de sujar o tecido; no caso das mulheres, com batom.

 

Saiba mais

ENREDO é o tema que a escola escolhe para apresentar. Pode ser sobre pessoa famosa, lenda, comida, cidade, entre outros. São Bernardo, por exemplo, é enredo deste ano da Tom Maior, de São Paulo. Antes, os temas eram ligados à História do Brasil. Desde a década de 1970, pode-se levar problemas sociais à avenida.

COMISSÃO DE FRENTE é a primeira a entrar na avenida e apresenta o enredo do desfile. Profissionais especializados em dança ou teatro cuidam da coreografia dessa ala. Era bem diferente no passado: os fundadores da escola e sambistas mais velhos, bem vestidos, caminhavam na frente da escola para saudar o público.

BATERIA é considerada o coração da escola; afinal, é impossível imaginar o desfile sem ela. Seus integrantes ensaiam muito para estar afinados. O mestre de bateria comanda a batucada e pode inventar batidas novas, como a em ritmo de funk. O intérprete ou puxador canta a letra.

HARMONIA é a sintonia que se forma entre a bateria e a turma que canta o samba-enredo (a música que conta a história do tema). Perdem-se pontos quando os integrantes não sabem a letra. Depois de irem mal nesse quesito, algumas escolas reduziram a participação de estrangeiros no desfile.

CARROS ALEGÓRICOS e fantasias também são importantes para contar o enredo. Ao vê-los, o público tem de entender a história que a escola está apresentando. Artistas plásticos, artesãos e costureiras trabalham duro na confecção deles. Cada vez mais, os carnavalescos usam materiais recicláveis para produzi-los.




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