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Anthony Quinn é o destaque de 'Oriundi'
Alessandro Soares
Da Redaçao
15/06/2000 | 19:04
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O produtor paranaense Rubem Gennaro afirmou que foi uma "manifestaçao divina" a vinda do ator norte-americano de origem mexicana Anthony Quinn, 85 anos, para estrelar Oriundi, drama nacional que estréia sexta-feira na regiao e circuito.

Portanto, se o filme cair nas graças do público ele deve agradecê-lo, pois o ator está perfeito no papel de um velho imigrante italiano viúvo, de 93 anos, às voltas com a suposta reencarnaçao de sua amada, morta há 60 anos. Porém, esse primeiro longa de Ricardo Bravo na direçao deixa a desejar.

Quinn, falando em italiano, garantiu os pontos positivos do filme, em meio a interpretaçoes ralas e uma história que chegou perto de se perder. Por mais emotivo que pareça o roteiro escrito por Marcos Bernstein, o diretor se excedeu ao valorizar a presença de Quinn, como que deslumbrado, e titubeou sobre o restante da trama, bastante irregular.

Letícia Spiller e Gabriela Duarte passaram tempo demais fazendo televisao e ainda precisam aprender muita interpretaçao. A primeira, continua caricata; a segunda, uma eterna sonhadora. As deficiências se ressaltam quando contracenam com Quinn.

Letícia faz Sofia, jovem estudante da imigraçao italiana, que é convidada a passar uns dias com a família Padovani, da qual é parente distante. Ela desperta a nostalgia no velho Giuseppe (Quinn) com gestos e aparência semelhantes à sua falecida mulher, morta num acidente de aviao.

Paulo Betti, que já teve dias melhores, é Renato, o neto querendo vender a fábrica de macarrao da família. Ele está em processo de divórcio e flerta com Sofia. Gabriela vive a bisneta Patty, que sonha ser atriz. Sobrou para o veterano Paulo Autran lavar a honra brasileira perante o mito. Autran atua muito bem como o doutor Enzo, médico, amigo e confidente de Giuseppe.

"Eu sou um imigrante e gosto de lembrar a importância dos imigrantes. Escolhi esse personagem pela sua busca de vida e a situaçao que vive agora", contou Quinn, em sua passagem pelo Brasil para divulgar o filme.

Ele tem dois Oscar de ator coadjuvante no currículo, por Viva Zapata! (1952) e Sede de Viver (1956), no qual ele aparece por apenas 8 minutos. Sua fama mundial veio com a dança de Zorba, o Grego (1964). Esteve em 150 filmes desde 1936, alguns grandes como A Estrada da Vida (1954), Lawrence da Arábia (1962) e Os Canhoes de Navarone (1961). Trabalhou com grandes diretores como David Lean, Vincente Minelli, Costa-Gavras, Federico Fellini.

Quinn e Letícia nao vivem um romance, como queria o diretor. A sugestao do experiente ator para um final mais coerente salvou o filme.

Maria Rosa - Durante as filmagens de Oriundi, em 1998, Antony Quinn, se encantou pela paranaense Maria Rosa da Silva, hoje com 13 anos. O convite para a garota morar em sua mansao perto de Boston, nos Estados Unidos e dar-lhe condiçoes de uma vida melhor, nao foi aceito.

Ela chegou a viajar, mas preferiu voltar para a família em Pontal do Paraná, no litoral, onde foram rodadas algumas cenas. Quinn, é pai de Anthonia, 6 anos, e Ryan, 4. Ao todo, tem 13 filhos, entre os quais Lorenzo Quinn, que faz uma ponta em Oriundi, como o jovem Giuseppe.




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